Encontrada bactéria resistente à colistina nos EUA

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E. coli: uma cepa do micro-organismo foi detectada na urina de uma mulher de 49 anos, num centro médico militar na Pensilvânia

Crédito foto: Eric Erbe, digital colorization by Christopher Pooley, both of USDA, ARS, MEU/Domínio Público

Droga é considerada o último recurso em caso de micro-organismos multirresistentes

Foi registrada, nos Estados Unidos, a primeira ocorrência de uma superbactéria resistente à colistina, droga que é considerada o último recurso quando a infecção não cede diante dos antibióticos mais potentes usados nos hospitais. O micro-organismo, uma cepa de E. coli, foi detectada na urina de uma mulher de 49 anos, num centro médico militar na Pensilvânia. O achado foi divulgado no fim de maio na Antimicrobial Agents and Chemotherapy, publicação da Sociedade Americana de Microbiologia.

Não se sabe como a bactéria adquiriu a resistência, já que a colistina tem uso limitado nos Estados Unidos e a paciente não viajou para outros países nos últimos cinco meses. Segundo os autores, o perigo deste achado está na grande possibilidade de disseminação dessa característica bacteriana, já que o gene mcr-1, responsável pela resistência à colistina, pode se espalhar rapidamente. “A colistina é um dos últimos antibióticos eficazes para o tratamento de bactérias gram negativas altamente resistentes. O surgimento de um gene transferível, que confere resistência a esse antibiótico vital, é extremamente perturbador”, afirmou Patrick McGann, da Multidrug Resistant Organism Repository and Surveillance Network, do Instituto Walter Reed de Pesquisa do Exército Americano.

As autoridades americanas de saúde já preparam uma reação para conter e prevenir a disseminação do gene, dentro do Plano de Ação Nacional para Combater a Resistência Bacteriana a Antibióticos. Uma das principais estratégias do plano é fazer o monitoramento ativo da multirresistência, baseado na coleta e armazenamento de amostras desses micro-organismos, de modo a ajudar os pesquisadores a identificar as tendências da resistência e as bactérias mais suscetíveis a essa característica. O objetivo é mapear as melhores práticas para combater essa ameaça. O repositório de isolados também permitirá aos cientistas comparar as novas com as antigas ocorrências para acompanhar a evolução do problema e responder melhor a futuros achados. “É o fim da linha para os antibióticos se não agirmos rápido”, declarou Thomas Frieden, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Em 2015, foi encontrado na China o primeiro caso de bactéria resistente à colistina.

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