Aprovado primeiro teste sorológico brasileiro

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Kit nacional: dispositivo é composto por cassetes que reagem aos anticorpos IgM e IgG, permitindo confirmar infecções recentes e antigas

Crédito foto: Secretaria de Saúde da Bahia/Divulgação

Kit diagnóstico que identifica o vírus da zika em até 20 minutos permite detectar infecções pregressas e custa um décimo do preço da metodologia molecular

Depois de aprovar, em fevereiro, a comercialização de testes sorológicos estrangeiros para detecção do zika vírus – um canadense e dois alemães – a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, no fim de maio, o primeiro kit diagnóstico brasileiro baseado nesta metodologia. Além de mais barato do que os testes moleculares – custa um décimo de seu preço — o novo teste permite diagnosticar em até 20 minutos uma ocorrência de febre zika.

Outra grande vantagem do teste sorológico é a possibilidade de diagnosticar uma infecção pregressa pelo zika vírus. Por não estar baseado na detecção do micro-organismo, mas nos anticorpos produzidos contra ele, o novo teste permite confirmar se o paciente teve zika no passado. Esta característica é crucial para determinar, por exemplo, se uma mulher foi exposta ao vírus no início da gestação. Já metodologia molecular só permite detectar o micro-organismo na fase aguda da doença, até cinco dias após o início da infecção.

O primeiro kit sorológico brasileiro foi desenvolvido pela Bahiafarma, fundação ligada à Secretaria de Saúde da Bahia. O dispositivo é composto por dois cassetes portáteis, de 7 centímetros por 2 centímetros. O primeiro cassete reage ao anticorpo IgM e identifica infecções recentes – de até duas semanas – enquanto o segundo, que reage ao IgG, detecta se o paciente foi infectado há mais tempo. Após a liberação pela Anvisa, a Bahiafarma já negocia a venda dos testes para o Ministério da Saúde. A expectativa é fornecer 500.000 unidades mensais.