Preparação para uma epidemia mundial de zika

Revista científica dedica editorial à defesa de uma ação internacional coordenada para o enfrentamento do micro-organismo

No editorial da edição de 16 de março da revista Science Translational Medicine, Gary Nabel e Elias Zerhouni, especialistas em pesquisa e desenvolvimento da farmacêutica francesa Sanofi, defenderam uma ação coordenada dos governos, instituições acadêmicas, indústria farmacêutica e agências regulatórias para controlar a disseminação do zika vírus pelo mundo. Segundo eles, o conhecimento científico deste micro-organismo ainda é limitado, o que dificulta o desenvolvimento de- vacinas e terapias antivirais. Por isso, os autores propõem possíveis estratégias alternativas, como a pesquisa em torno de drogas já existentes, a adaptação de vacinas contra o vírus da dengue e o desenvolvimento de anticorpos monoclonais. Em uma crise emergente, a maior prioridade é acelerar as pesquisas para o uso de remédios já existentes. A segunda prioridade é avançar no desenvolvimento de vacinas e outras terapias antivirais com eficácia para, respectivamente, prevenir e curar a infecção pelo zika. Como o desenvolvimento de uma vacina é longo, faz sentido questionar se uma poderia ser gerada e testada antes de o atual surto desaparecer. “Por essas razões, também merecem atenção os esforços para reduzir a transmissão por meio do controle do mosquito vetor”, escrevem os autores.