Compostos restauram a eficácia de drogas contra o MRSA

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Tarocinas A e B: animais que receberam substância combinada a antibióticos tiveram infecção reduzida e maiores taxas de sobrevivência

Crédito foto: V. Altounian / Science Translational Medicine (2016)

Aliadas a antibióticos β-lactâmicos, substâncias foram capazes de matar várias cepas do micro-organismo multirresistente

Medicamentos tornados inócuos pelo micro-organismo Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês) podem recuperar sua eficácia. É o que sugere um estudo publicado neste mês no periódico Science Translational Medicine, que pesquisou compostos capazes de restaurar a suscetibilidade dessa bactéria aos antibióticos. Esses compostos não têm nenhuma atividade antimicrobiana por si sós, mas se tornam letais quando combinados com os antibióticos existentes, oferecendo uma potencial estratégia combinada contra o MRSA.

As infecções por MRSA representam uma crise mundial de saúde pública e são a segunda maior causa de morte por bactérias resistentes a antibióticos nos Estados Unidos. Esses micro-organismos se tornaram resistentes a toda a classe de antibióticos β-lactâmicos, que inclui a penicilina e a meticilina, tornando urgente a necessidade de desenvolver novas drogas ou de estimular a eficácia das já existentes.

No estudo em questão, os autores realizaram um mapeamento dos inibidores do ácido teicoico, um dos principais componentes estruturais da parede celular bacteriana. Assim, os pesquisadores chegaram a dois compostos sintéticos, batizados de tarocina A e tarocina B, responsáveis por bloquear a enzima que dispara a produção de ácido teicoico. Em cultura, os compostos não tiveram nenhum efeito sobre o crescimento do MRSA, mas quando associados aos β-lactâmicos, mataram várias cepas da bactéria.

Enquanto os camundongos tratados apenas com tarocinas ou com β-lactâmicos sucumbiram à infecção por MRSA, os animais que receberam ambas as drogas tiveram a infecção significativamente reduzida e apresentaram maiores taxas de sobrevivência. Para os autores, as tarocinas podem funcionar como importantes aliados para recuperar a eficácia dos β-lactâmicos contra o MRSA.

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