100 anos sem Oswaldo Cruz
Jornal OGlobo destacou o centenário do médico sanitarista que erradicou a febre amarela urbana no Brasil
Em fevereiro, a versão digital do jornal OGlobo destacou que, em pleno centenário da morte do sanitarista Oswaldo Cruz – que erradicou a febre amarela urbana por meio do combate ao Aedes aegypti – o mosquito voltou com força total, causando epidemias de dengue, febre zika e chikungunya.
No início do século XX, boa parte da população da cidade do Rio de Janeiro vivia em cortiços e outras habitações precárias do ponto de vista arquitetônico e de saneamento. A coleta de lixo também era insuficiente, um ambiente propício à disseminação de enfermidades como tuberculose, sarampo, tifo, febre amarela e peste bubônica. Por isso, o presidente Rodrigues Alves (1902-1906) deu plenos poderes ao prefeito Francisco Pereira Passos (1902-1906) para melhorar a infraestrutura e as condições sanitárias da então capital da república. Cortiços foram derrubados, avenidas foram alargadas e foram realizadas campanhas de vacinação e de prevenção às doenças.
O médico sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz teve protagonismo nesse processo. Nascido em São Luís do Paraitinga, em São Paulo, em 5 de agosto de 1872, ele foi criado no Rio de Janeiro, onde aos 15 anos de idade ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Durante o curso, desenvolveu um interesse particular pela microbiologia. Sua tese de conclusão de curso intitulava-se “Veiculação microbiana pelas águas”. O passo seguinte foi a especialização em bacteriologia no Instituto Pasteur, em Paris.
Após retornar ao Brasil e trabalhar no controle da epidemia peste no porto de Santos, Cruz se tornou diretor do Instituto Soroterápico Federal. Em 1903, nomeado diretor do Serviço de Saúde da capital da república, o sanitarista recorreu aos chamados ‘mata-mosquitos’ – profissionais que pulverizavam residências, jardins e quintais para acabar com os focos do mosquito e erradicar a febre amarela. Sua atuação gerou enorme descontentamento popular, pois a crença difundida na época era de que a doença era transmitia pelo contato com o sangue e secreções de pessoas contaminadas. A desaprovação chegou ao auge com a vacinação obrigatória contra a varíola. Os conflitos entre moradores e a polícia e a onda depredações durante esse período ficaram conhecidos como a Revolta da Vacina.
Controlado o levante, a imunização foi retomada e, em pouco tempo, a varíola foi erradicada.
Em 1907, a febre amarela também foi extinta no Rio de Janeiro. Em 1908, quando ocorreu uma nova epidemia de varíola, a população buscou voluntariamente os postos de vacinação.
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