Descoberto mecanismo que afeta a multiplicação de linhagem do vírus da dengue

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Mosquito com o vírus da dengue: linhagens virais L1 e L6 competem entre si

Crédito foto: Pixabay.com

Estudo mostrou que uma variedade prevalece sobre a outra desativando as respostas imunológicas do organismo

Um estudo desenvolvido por pesquisadores de cinco instituições brasileiras — Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) — e pelo Centro de Doenças Tropicais da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriu o mecanismo responsável pela sobrevivência de uma linhagem do vírus da dengue do tipo 1.

Ao analisar duas linhagens virais, L1 e L6, foi possível identificar que, apesar de L1 ter maior capacidade de se multiplicar nos mosquitos e em células humanas, a L6 é capaz não só de minimizar, mas inclusive de desativar as respostas imunológicas do corpo, tomando o lugar da L1.

Para entender o mecanismo que faz uma linhagem prevalecer sobre a outra, os pesquisadores desenvolveram testes virológicos, imunológicos e moleculares. “A gente precisava primeiro entender por que L6 conseguia sobreviver na população e  L1 não”, afirmou Maurício Lacerda Nogueira, professor adjunto do Laboratório de Virologia da Famerp e coautor do estudo, em matéria do site da instituição.

No estudo, que durou dois anos e meio, os pesquisadores sequenciaram os genomas das duas linhagens de vírus, que têm 47 aminoácidos diferentes e são bem distantes geneticamente, mas competem entre si. “As informações que tínhamos até ali diziam que o esperado era que a L6 se multiplicasse melhor, daí ter prevalecido, mas, quando olhamos células contaminadas de humanos e de macacos, vimos que L1 multiplica-se 10 vezes mais, em média, do que L6”, disse Nogueira à Agência Fapesp.

A descoberta, que representa um passo importante para aprimorar vacinas contra dengue e outros patógenos, foi publicada em artigo na PLOS Neglected Tropical Diseases.

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