Revelado fungo letal que extingue anfíbios

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Quitridiomicose ataca a pele dos anfíbios, interferindo nos batimentos cardíacos e causando a sua morte

Crédito foto: Pixabay.com

Unicamp foi a representante brasileira no estudo internacional sobre a quitridiomicose, considerada a pior doença selvagem de todos os tempos

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi a representante brasileira no estudo que envolveu 38 instituições de todo o mundo numa pesquisa ao redor do fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), que causa a extinção de anfíbios.

O estudo publicado no começo do mês na revista Science aponta o Leste da Ásia como o provável local de origem do fungo causador da quitridiomicose, doença que ataca a pele desses animais, interferindo nos batimentos cardíacos e causando a sua morte. Considerada a pior doença selvagem de todos os tempos, a enfermidade é transmitida pela água ou pelo contato direto entre os animais.

A pesquisa foi anunciada como uma evidência dos efeitos deletérios da introdução descontrolada de espécies em novos habitats. Calcula-se que o fungo já tenha causado a extinção de 200 espécies de anfíbios, 15 delas no Brasil.

O patógeno, de acordo com a pesquisa, surgiu no início do século XX, coincidindo com a expansão global do comércio de rãs para restaurantes, e foi disseminado pelo mundo.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas sequenciaram os genomas de 234 amostras de Bd e identificaram quatro linhagens genéticas principais. Uma delas é encontrada apenas na Coreia do Sul, em sapos nativos cujo genoma é o que mais se assemelha ao ancestral de todos as cepas modernas do fungo.

Para Felipe Toledo, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e um dos autores do estudo, “a linhagem virulenta do Bd surgiu há cerca de 100 anos, e não há milhares de anos, como se pensava anteriormente. O alcance da doença se expandiu enormemente entre 50 e 120 anos atrás, coincidindo com a rápida expansão global do comércio intercontinental”.

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