Vírus do Nilo Ocidental é isolado no Brasil
Instituto Evandro Chagas, em Belém: pesquisadores encontraram micro-organismo em equinos mortos por encefalite, inflamação cerebral causada por esse vírus
Crédito foto: Francisco Chagas Neto / IEC
Caso identificado no ES tem o mesmo genótipo do vírus isolado em outros três países das Américas
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), de Belém, anunciaram ter isolado pela primeira vez o vírus do Nilo Ocidental no Brasil. O trabalho foi feito em equinos de uma fazenda no estado do Espírito Santo mortos por encefalite, uma inflamação do cérebro e das meninges causada por esse micro-organismo.
A novidade foi informada pelo médico virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, um dos autores da pesquisa, em palestra sobre arboviroses no Brasil proferida durante a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no campus da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O achado também foi publicado em julho pelo sistema fast track – de publicação acelerada de artigos – na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Em entrevista à Agência Fapesp, o pesquisador revelou que a instituição já acompanhava os registros na América desde o final da década de 1990. “Desde que surgiram os primeiros casos de infecção pelo vírus nos Estados Unidos começamos a fazer um monitoramento de aves silvestres – que são os principais hospedeiros do vírus – a fim de tentar isolar esse vírus no Brasil, mas até então só tínhamos algumas evidências sorológicas. Agora, finalmente conseguimos isolá-lo”, disse.
Na pesquisa, também foi sequenciado o genoma completo e as análises indicaram que o genótipo viral é o mesmo que tem sido isolado nos Estados Unidos, na Argentina e no Canadá. “Isso mostra que o vírus se dispersou pelas Américas, provavelmente por aves silvestres”, afirmou Vasconcelos. No Brasil, a principal ameaça desse vírus é à saúde animal, sobretudo à de aves e equinos.
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