Brasil registra a primeira morte de mico-leão dourado por febre amarela
Mico-leão-dourado: especialistas temem que o vírus da febre amarela volte a matar primatas com a chegada da primavera
Crédito foto: Pixabay
Com o óbito, os cinco gêneros de primatas da Mata Atlântica são considerados suscetíveis à doença
A febre amarela continua fazendo vítimas entre os primatas da Mata Atlântica e, desta vez, afetou o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). A primeira morte de um animal da espécie aconteceu no Rio de Janeiro em 17 de maio e foi confirmada na semana seguinte. O óbito causou alarde pelo fato de a doença ter atingido uma espécie ameaçada de extinção, que só existe no estado do Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornal O Globo, o primatólogo e diretor do Instituto da Mata Atlântica, Sergio Lucena, considerou o fato uma tragédia.
O local exato onde ocorreu a morte não foi divulgado, mas, em nota conjunta do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro e da Associação Mico-Leão-Dourado, foi informado que toda a população da área de ocorrência está vacinada.
Em 2017, a febre amarela causou a morte de muitos primatas na Mata Atlântica, como bugios (Alouatta guariba) e sauás (Callicebus personatus), em maior escala, e micos do gênero Callithrix e macacos-pregos (Supajus nigritus), em menor escala.
Para Sergio Lucena, a morte do mico-leão-dourado mostrou que todos os cinco gêneros de primatas da Mata Atlântica são suscetíveis à febre amarela. “Mas nosso temor é que o vírus se instale nas florestas e volte a ameaçar os primatas com a chegada da primavera, período quente e chuvoso que favorece a proliferação dos mosquitos transmissores da doença. Eles são indefesos. Diferentemente do ser humano, para eles não há vacina”, declarou o diretor.
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