Filhos de gestantes que tiveram zika podem manifestar microcefalia tardiamente

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Circunferência craniana ao nascer: ainda que normal, ela não exclui o risco de microcefalia em crianças expostas ao vírus da zika no pré-natal

Crédito foto: Equipe Micro in Foco

Os bebês, que nasceram com circunferência craniana normal, apresentaram desaceleração do crescimento da cabeça a partir dos cinco meses de idade e anormalidades cerebrais consistentes com síndrome congênita por zika

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e publicado no boletim Morbidity and Mortality Weekly Report dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, concluiu que bebês expostos ao zika vírus no período pré-natal podem vir a desenvolver anormalidades cerebrais relacionadas nos meses seguintes ao nascimento, mesmo que não tenham tido a microcefalia diagnosticada após o parto.

Os cientistas chegaram a esses resultados após monitorar 13 crianças com evidência de infecção congênita por zika mas que apresentavam circunferência craniana normal ao nascer. Os bebês foram observados por times multidisciplinares em dois centros de referência: o Centro de Reabilitação da AACD de Pernambuco, em Recife, o Hospital Infantil Albert Sabin, de Fortaleza entre outubro de 2015 e outubro de 2016. Ali, foram submetidos a avaliações neurológicas e a exames de neuroimagem.

O acompanhamento se iniciou no segundo dia após o nascimento dos bebês. Em todos eles, registrou-se desaceleração do crescimento da cabeça a partir dos cinco meses de idade, sendo que 11 das crianças desenvolveram microcefalia. Nos exames de neuroimagem, todos os bebês apresentaram anormalidades cerebrais consistentes com a síndrome da zika congênita. Os achados incluíram volume cerebral reduzido, calcificações subcorticais e malformações no córtex.

Essas conclusões indicam que nas crianças com exposição pré-natal ao vírus da zika a ausência de microcefalia no nascimento não exclui a ocorrência de anormalidades cerebrais relacionadas. Os resultados dão suporte à necessidade de acompanhamento médico para crianças expostas ao vírus no período pré-natal, independentemente da detecção de microcefalia após o parto, escrevem os autores.

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