Estudo questiona importância de não interromper tratamento com antibiótico

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Recomendação de concluir tratamento: os ciclos de antibióticos foram guiados pelo temor do subtratamento, quando não havia preocupação com uso excessivo

Crédito foto: Dreamstime

Segundo o estudo, o uso da medicação após o desaparecimento dos sintomas pode aumentar a resistência bacteriana

Os médicos costumam repetir que não se deve interromper o tratamento com antibióticos antes do fim, mesmo após o desaparecimento dos sintomas. Mas um estudo publicado no British Medical Journal por pesquisadores da Escola Médica de Sussex afirma que não há evidências dos benefícios dessa prática que pode, ao contrário, elevar o risco de resistência bacteriana.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram a literatura médica e encontraram poucas evidências de uma elevação do risco de uma falha terapêutica se os pacientes interromperem o tratamento prescrito. “Os ciclos de antibióticos foram ajustados por precedentes, guiados pelo temor do subtratamento, com menos preocupações sobre o uso em excesso”, escrevem os autores.

Os pesquisadores admitem que, em alguns casos, como o da tuberculose, é importante completar o tratamento para evitar que algum micro-organismo sobreviva e fique mais difícil de ser combatido. Mas, na maioria das doenças bacterianas, quanto mais longa for a exposição às drogas, maior a probabilidade de resistência bacteriana. “Para a maioria das indicações, estudos para identificar a duração mínima da administração dos antibióticos simplesmente não foram realizados”, dizem os autores.

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