Possível caso de febre amarela urbana é investigado no Rio Grande do Norte

Doença era considerada erradicada do país desde 1942

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte investiga um possível caso de febre amarela urbana em Natal. A vítima, a auxiliar de enfermagem Rita de Cassia da Silva Santos, de 53 anos, morreu em 6 de julho de 2015. A doença foi confirmada por meio de exame imuno-histoquímico realizado em amostras dos rins, pulmões e fígado da paciente. O resultado – divulgado no fim de dezembro – foi validadopelo Instituto Evandro Chagas, de Belém, e pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. A febre amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e é considerada erradicada do Brasil desde 1942.

A auxiliar de enfermagem começou a passar malem 28 de junho, mas, segundo os registros no prontuário, os sintomas não eram sugestivos de febre amarela, já que ela não apresentava febre nem icterícia, indicadores clássicos da doença. Além disso, segundo familiares, Rita de Cássia tampouco havia viajado para locais onde a febre amarela é endêmica. Com a rápida evolução do mal-estar, que envolvia dores no estômago e náuseas, a auxiliar de enfermagem foi internada na UTI assim que procurou um médico, vindo a morrer pouco depois.

As autoridades sanitárias, que se dizem intrigadas com o caso, lembram que o diagnóstico da febre amarela urbana leva em conta, além dos exames laboratoriais, as análises clínica e epidemiológica. Para tanto, serão investigadoso prontuário, o histórico de vacinação e os lugares por onde a paciente viajou, com base nos relatos da equipe médica que a atendeu, de parentes e de amigos. Além disso, a Vigilância Epidemiológica, o Centro de Controle de Zoonoses e o Laboratório Central de Natal vão coletar insetos e amostras de primatas da região para pesquisa do vírus da febre amarela.

O último registro de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre na década de 40. Desde então, todos os casos relatados no país são da versão silvestre da doença, transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagoguse Sabethes.

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