Zika associada ao aumento da mortalidade infantil no Brasil

MAT. 01 Microcefalia. Fonte OPAS.OMS

Microcefalia: sequela associada à zika fez muitas mulheres adiarem a maternidade

Crédito foto: Divulgação/OPAS/OMS

Após 26 anos em queda, indicador voltou a crescer após surto de 2015

A epidemia de zika, que colocou o Brasil em emergência sanitária entre novembro de 2015 e maio de 2017, foi apontada pelo Ministério da Saúde como um dos motivos por trás do aumento da taxa de mortalidade infantil no Brasil. O relatório do órgão mostrou o crescimento de 4,8% das mortes de crianças entre 2015 e 2016, interrompendo uma sequência de queda que durava 26 anos.

O Ministério divulgou que em 2016 foram contabilizados 14 óbitos de crianças com até 1 ano a cada 1.000 nascimentos; no ano anterior foram 13,3 mortes. Em 2016 foram registrados 2.753 casos de zika no País, muitos deles acompanhados de mortes decorrentes das sequelas causadas pelo vírus. O relatório destaca ainda que o crescimento da mortalidade infantil também se deveu a uma queda de 5,3% na taxa de nascimentos no Brasil, em consequência do adiamento das gestações por causa do temor gerado pela zika. Isso teria levado à redução do denominador usado no cálculo da taxa de mortalidade infantil, afetando o resultado.

Outros fatores listados foram a crise econômica — que levou à estagnação de programas sociais e pode ter favorecido mortes de causas evitáveis, como diarreias e pneumonias — e a queda na cobertura vacinal, que propicia o retorno de doenças já erradicadas.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Fátima Marinho, diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, afirmou que “ainda não entraram todos os óbitos de 2017, que estão sendo investigados, mas a tendência é [o cenário] piorar”.

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