A entrada de nutrientes na água causa uma mudança no estado trófico dos corpos d’água conduzindo a eutrofização dos mesmos, especialmente em sistemas superficiais esse é um dos efeitos ambientais negativos produzidos pela industrialização, a urbanização e o crescimento da população. A maioria dos ecossistemas aquáticos inclui wetlands naturais, onde a eficiência da interação bactéria-planta tem sido estudada como uma opção biotecnológica para reduzir os custos da remediação trófica da água. O sistema de cultivo de arroz irrigado é uma wetland natural cujas plantas de arroz, as macrófitas e as interações com fatores abióticos, têm mostrado efeito positivo na remoção de microrganismos patogênicos da água. Este trabalho teve o objetivo de monitorar a água através de parâmetros microbiológicos na EEA/IRGA. As amostras foram coletadas entre outubro e março de três ciclos agrícolas da cultura do arroz – 2006/07-(C1), 2007/08-(C2) e 2008/09-(C3). Os pontos coletados foram o Rio Gravataí, fonte que irriga o principal canal (CI) da EEA/IRGA e a saída das parcelas de arroz (CS). Durante os ciclos da cultura foram efetuadas coletas semanais, 24 amostras em cada ciclo. As amostras de água foram submetidas à análise da qualidade microbiológica da água pelo método de indicadores de poluição que estabelece simultaneamente, a concentração de coliformes totais e E.coli, através da análise bioquímica ColilertÒ (IDEXX). Os parâmetros avaliados corresponderam à quantificação de coliformes totais e E. coli no C1, C2 e C3 da cultura do arroz irrigado, entre os pontos CI e CS, cujos valores foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA) e as médias comparadas por Tukey, a 5% de probabilidade, utilizando o Programa Microsoft Systat 12. Os resultados apresentaram diferenças significativas (F= 21, 611, gl= 1, 48, p< 0,001), quanto à abundância de microrganismos entre os pontos CI e CS. Na água drenada pelas lavouras houve uma redução significativa de bactérias quando comparada à água de irrigação. A água do CI da EEA/IRGA pode ser classificada como classe 4 do CONAMA (Resolução 357/05), nos 3 ciclos analisados. Após sair das lavouras pode ser enquadrada na classe 1, nos ciclos C1 e C2 e na classe 2, no ciclo C3, respectivamente,  apresentando portanto, melhor qualidade microbiológica. O ecossistema orizícola na EEA/IRGA faz a fitorremediação da água do Rio Gravataí que utiliza.

Apoio financeiro: Unisinos / CNPq / IRGA