EFEITO DAS LECTINAS ISOLADAS DE DIOCLEA MEGACARPA VAR. ALTÍSSIMA E ERYTHRYNA VELUTINA SOBRE A GERMINAÇÃO DE ESPOROS DE FUSARIUM SOLANI

Erica de Menezes Rabelo (UVA); Mayron Alves Vasconcelos (UFC); Francisco Vassiliepe Sousa Arruda (UFC); Cláudio de Oliveira Cunha (UFC); Edson Holanda Teixeira (UFC)

Os fungos do gênero Fusarium compreendem espécies fitopatógenas e saprófitas do solo, sendo a minoria patogênica para o homem. Os cultivos de Fusarium spp. são caracterizados pelo crescimento rápido da colônia, com micélio de cor rosa, púrpura, cinza ou amarela, aveludado a levemente cotonoso, opacos ou levemente brilhantes, sendo estas características importantes para identificação das espécies. Lectinas representam um grupo estruturalmente heterogêneo de proteínas, de origem não imune, que apresentam propriedades de se ligar a carboidratos ou glicoconjugados especificamente. Dentre as várias propriedades biológicas dessas proteínas, destaca-se um envolvimento no mecanismo de defesa das plantas contra ataque de insetos e fungos fitopatogênicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de duas lectinas isoladas de sementes de Dioclea megacarpa var. altissima e Erythrina velutina sobre o crescimento “in vitro” dos esporos do fungo Fusarium solani CMM715. Os fungos foram crescidos em meio Ágar-Sabouraud a 28° C durante 10 dias, em seguida os esporos foram coletados em maior escala e contados com o auxílio da câmara de Neubauer. Foi realizado ensaio de crescimento de esporos em placas de microtitulação (ELISA) e posterior análise estatística. Os resultados mostraram que a lectina isolada de Dioclea megacarpa var. altissima foi capaz de promover um aumento na germinação de esporos do fungo Fusarium solani nas concentrações de 1mg/mL, 500 e 250 µg/mL (p<0,01), quando comparados com os controles (NaCl 0,15M e BSA, nas mesmas concentrações da lectina), já a lectina de Erythrina velutina demonstrou uma atividade discreta no estímulo de crescimento apenas na concentração de 1mg/mL (p<0,01), não sendo evidenciado nas demais concentrações. O mecanismo molecular de ação das lectinas sobre o crescimento de esporos ainda é desconhecido necessitando de estudos futuros.