ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A SENSIBILIDADE DA DAPTOMICINA EM RELAÇÃO À VANCOMICINA EM MRSA DE ORIGEM HOSPITALAR

Josineide Ferreira Barros Barros (HAM - PE); Marcelo Maranhão Antunes Antunes (LACEN - PE); Adelina Vila Bela Bela (HAM - PE); Adriana Almeida Antunes Antunes (UNICAP - PE); Luciana Rezende Bandeira de Mello Mello (HAM - PE)

Introdução: O dilema do tratamento empírico de infecções por germes Gram positivos tem se tornado cada vez mais freqüente. A demora na terapia antibiótica adequada pode aumentar o tempo de internação em pacientes com septicemia hospitalar por MRSA.  Por sua vez, cepas de MRSA têm se tornado progressivamente menos sensíveis ao longo dos anos. MICs elevados reduzem a eficácia da vancomicina em infecções por MRSA. MICs elevados também são considerados fatores preditivos de mortalidade no tratamento com a vancomicina. A daptomicina, um lipopeptídeo cíclico natural, com rápida atividade bactericida contra patógenos Gram positivos, surge como uma alternativa de tratamento para infecções complicadas como septicemias e endocardites causadas por MRSA. Objetivos: Avaliar a sensibilidade da daptomicina em comparação com a vancomicina em amostras de MRSA isoladas em ambiente hospitalar. Material e Métodos: Foram estudadas 76 amostras clínicas de MRSA  isoladas de pacientes internados em um hospital público de Pernambuco, no período de 2008 e 2009. As amostras foram obtidas de hemoculturas, urina e secreção de ferida cirúrgica. Para a identificação foi utilizada metodologia convencional e automatizada. O perfil de sensibilidade foi realizado por E test, com fitas de vancomicina e daptomicina, de gradientes pré-formado, pré-definido e estável, aplicadas com um nível ideal e constante de cálcio, em placas de Agar Mueller Hinton padrão, conforme metodologia preconizada pelo CLSI. Resultados: Todas as amostras de MRSA apresentaram sensibilidade para a vancomicina, sendo detectada uma elevação considerável da curva de MIC, porém dentro dos pontos de corte interpretativos de sensibilidade estabelecidos pelo CLSI. Em relação à daptomicina, todas as amostras também apresentaram sensibilidade, com MICs bem menores, variando entre 0,32 e 0,94 µg/ml. Conclusões: De acordo com nossos resultados pode-se concluir que a daptomicina apresentou avanços significativos quando comparada à vancomicina, como maior potência in vitro representada por MICs menores, além de rápida atividade bactericida. Estudos recentes de farmacodinâmica e farmacocinética (PK/PD) demonstram que a daptomicina proporciona cobertura mais adequada em relação à vancomicina, para o tratamento de infecções sistêmicas causadas por MRSA. Para o teste de sensibilidade da daptomicina, devem ser consideradas as características da droga como o elevado peso molecular e a dependência de íons cálcio livre em condições fisiológicas.