25º Congresso Brasileiro de Microbiologia

25º Congresso Brasileiro de Microbiologia

ResumoID:1808-1

Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

FORMAÇÃO DE BIOFILMES POR AMOSTRAS DE ENTEROCOCCUS FAECIUM.

Vânia Lúcia Carreira Merquior (UERJ); Beatriz Nascimento Monteiro da Silva (UERJ); Rachel Leite Ribeiro (UERJ); Rodney Donlan (CDC); Lucia Martins Teixeira (UFRJ)

Resumo

A formação de biofilmes foi avaliada em 37 amostras de E. faecium (23 resistentes a vancomicina, VREfm), pelo método quantitativo do cristal violeta. A maioria das amostras (56,8%) foi mediana ou forte produtora de biofilmes. Amostras VREfm foram ligeiramente melhores produtoras do que as sensíveis. A partir desses resultados, foram selecionadas duas amostras de VREfm isoladas de infecção do trato urinário (CL6924) e de colonização intestinal (CL6884), representativas do grupo clonal prevalente e de um clone esporádico, respectivamente, em hospitais do Rio de Janeiro, caracterizados por metodologia de eletroforese em campo pulsado. Os biofilmes foram obtidos em um reator de cultura contínua, com discos de silicone e de Teflon como substratos. O meio de cultura utilizado foi BHI, o qual foi substituído, durante o período de incubação, por BHI a 10%, a uma taxa de vazão de 0,5ml/min, sob agitação. A arquitetura dos biofilmes foi avaliada por microscopia de epifluorescência (MEp) e eletrônica de varredura (MEV). A presença de DNA na matriz extracelular (DNA-e) foi identificada pelo tratamento de biofilmes com DNaseI. A contagem de células viáveis após 48h e 6 dias de incubação revelou que a amostra CL6924 apresentou valores mais elevados no crescimento sobre silicone, enquanto CL6884 produziu mais biofilme sobre Teflon. A análise por MEp demonstrou a presença de estruturas volumosas tridimensionais, apresentando DNA-e, tanto após 48h quanto 6 dias de incubação. Porém, a taxa de ocupação da superfície foi dependente tanto da amostra em relação ao substrato, quanto do tempo de incubação. As análises por MEV apontaram a presença de estruturas filamentosas extracelulares que aparentemente participavam da sustentação dos biofilmes, em ambas as amostras. O tratamento com DNaseI resultou na redução de até cerca de 75% da estrutura aderida. Nossos resultados demonstram a formação de biofilmes maduros e de arquitetura organizada por amostras de E. faecium resistentes à vancomicina e sugerem que amostras de origem distintas podem apresentar capacidade de adesão diferentes, dependendo do substrato. Adicionalmente, indicam que DNA-e parece ser um constituinte importante da matriz polimérica extracelular dos biofilmes produzidos por estes microrganismos. A compreensão dos processos de formação do biofilme é desejável já que, certamente, auxiliará no aperfeiçoamento de estratégias de controle das infecções relacionadas a estes microrganismos, particularmente as de origem nosocomial.

Palavras-chave: Enterococcus faecium, Biofilmes, Resistência a vancomicina

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