A-GLUCOSIDASE COM AÇÃO DE TRANSGLICOSILAÇÃO PRODUZIDA PELO FUNGO TERMOTOLERANTE  ASPERGILLUS PHOENICIS

Vivian Machado Benassi (FMRP -USP); Rosymar Coutinho de Lucas (FMRP -USP); Ana Claudia Vici (FMRP -USP); Fernanda Dell Antonio Facchini (FMRP -USP); João Atílio Jorge (FFCLRP- USP); Hector Francisco Terenzi (FFCLRP- USP); Maria de Lourdes Teixeira de Moraes Polizeli (FFCLRP- USP)

As a-glucosidases microbianas hidrolisam preferencialmente cadeias curtas de substratos, entretanto, as a-glucosidases de algumas espécies fungicas hidrolisam amido em velocidades comparáveis com aquelas de cadeias curtas de substratos. Um fato interessante da ação de determinadas a-glucosidases é a possível atuação de transglicosilação, produzindo componentes a-glucosilados a partir de carboidratos menores. O objetivo desse trabalho foi analisar a formação dos produtos de hidrólise de substratos amilolíticos por ação de transglicosilação utilizando Cromatografia em Placa Delgada de Sílica (TLC) e em HPLC. Utilizou-se a TLC da DC-Alufolien Kieselgel 60 sem indicador fluorescente, enquanto que, as análises em HPLC foram feitas em coluna Shim-Pack CLC-NH₂ cuja fase móvel foi acetonitrila 82%, sendo a detecção realizada por índice de refração. Em ambos os métodos, os padrões foram glicose, maltose, maltotriose, maltotetraose e maltopentaose. A reação analisada continha a-glucosidase e diferentes substratos amilolíticos, incubados a 65ºC durante 30 minutos. Decorrido o tempo de reação, as amostras foram fervidas e analisadas por ambos os métodos. Pode-se observar em TLC a degradação de maltose 1% no decorrer do tempo de incubação e a formação de glicose. Além disso, observou-se a formação de maltooligossacarídeos, fato este demostrado em HPLC. A ação de transglicosilação foi confirmada utilizando-se maltose em diferentes concentrações (0,5-10%). Pode-se verificar que a formação de maltooligossacarídeos foi proporcional ao aumento da concentração de maltose, constatando-se que a a-glucosidase sintetizou maltopentaose em pequenas quantidades a partir de maltose 0,5-1,0%. Visualizou-se também a formação de maltohexaoses e maltoheptaoses na concentração de 5-10% do substrato. Por outro lado, ao se utilizar maltotriose como substrato, observou-se apenas a degradação do mesmo à glicose e maltose e ao se utilizar maltotetraose verificou-se a formação de maltotriose, maltose e glicose. Com isso, concluiu-se que a-glucosidase produzida pelo fungo A. phoenicis possuiu ação de degradação de compostos amilolíticos (maltose, maltotriose, maltotetraose e amido), bem como de síntese de oligossacarídeos a partir de maltose, fato esse interessante para a aplicação dessa enzima em processos industrias, principalmente em indústrias alimentícias.