EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE QUITINASES E B-1,3-GLUCANASES EM RAÍZES DE TOMATEIRO (LYCOPERSICON ESCULENTUM CV MICRO-TOM) COLONIZADAS POR DIFERENTES FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES

Giselle Monteiro (ESALQ-USP); Marcio Lambais (ESALQ-USP)

Os mecanismos que regulam a formação das micorrizas arbusculares (MAs) são poucos conhecidos, mas sabe-se que a concentração de fosfato (P) na planta é um fator determinante para o desenvolvimento da simbiose. Tem sido mostrado que a expressão de vários genes de defesa vegetal é diferencialmente regulada em raízes de MA e alguns destes genes podem estar envolvidos no controle do crescimento fúngico intraradicular. Neste estudo foi avaliada a expressão de genes relacionados à defesa em raízes da cultivar Micro-Tom de tomateiro (Lycopersicon esculentum) colonizadas por Glomus clarum, Glomus intraradices, Glomus etunicatum e Gigaspora rosea em condições de baixa (10 mg P kg^-1) e alta concentração de P no solo (100 mg P kg^-1). A expressão diferencial dos genes codificando uma β-1,3-glucanase ácida (GluA), β-1,3-glucanase básica (GluB), quitinase ácida (Chi3) e quitinase básica (Chi9) foi avaliada por PCR quantitativo. G. etunicatum e G. rosea apresentaram uma maior porcentagem de colonização (86%) seguido de G. clarum (66%) e G. intraradices (39%). Em condições de alto P, não houve colonização micorrízica. Para os quatro genes avaliados, houve indução do acúmulo de mRNA em raízes micorrizadas em condições de baixo P, e uma atenuação dessa indução em condições de alto P, principalmente para GluA e Chi3. As raízes colonizadas por G. etunicatum e G. rosea apresentaram uma indução do acúmulo de transcritos de GluA de 15 e 30 vezes em condições de baixo P em relação ao controle não inoculado, respectivamente, já para Chi3 esta indução foi de aproximadamente 4 vezes. Não foi observado diferenças significativas no acúmulo de transcritos de Chi9 e GluB quando comparados com o controle sem inoculação. As isoformas dos genes avaliados neste trabalho desempenham um importante papel no desenvolvimento da colonização micorrízica e compatibilidade entre os FMAs e seus hospedeiros. β-1,3-glucanase pode contribuir para a colonização das raízes por meio da hidrólise parcial da parede celular vegetal, facilitando a penetração do fungo. Uma possível função para quitinases seria a degradação de arbúsculos colapsados e hifas inter e intracelulares mais velhas, assim como controlar a taxa de crescimento do fungo rompendo a estrutura da parede celular na ponta da hifa em crescimento.