ANÁLISE BACTERIOLÓGICA COMPARATIVA ENTRE APARELHOS TELEFÔNICOS PÚBLICOS LOCALIZADOS PRÓXIMOS DE HOSPITAIS E DEMAIS LOCALIDADES DA CIDADE DE UBERABA- MG

Ana Carolina Bernardes Dulgheroff (UFTM); Larissa Beatriz Silva (UNIUBE); Morgane Zafalon (UNIUBE); Ronaldo Rodrigues Sarmento (UNIUBE)

Objetos de uso comunitário como os telefones públicos, devido à grande manipulação pela população, podem abrigar uma enorme e diversificada quantidade de microrganismos, podendo tornar-se veículos de disseminação de doenças, especialmente para pessoas imunodeprimidas. Avaliamos o nível de contaminação bacteriana de telefones públicos analisando 20 telefones: 10 próximos a áreas hospitalares e 10 de bairros da cidade escolhidos aleatoriamente. Coletamos as amostras da haste e do fone de ouvido dos aparelhos telefônicos e transportamos em meio tioglicolato. Semeamos posteriormente no Ágar Sangue e Ágar MacConkey e identificamos as bactérias segundo o protocolo da ANVISA. Foi realizada a análise estatística dos dados através do Qui Quadrado e considerada uma diferença significativa quando p≤0,05. Em todas as amostras foram encontradas bactérias. Nos aparelhos dos bairros encontramos Bacillus gram positivos (42,5%), Serratia sp.(15%), Enterococcus sp. e Klebsiella sp.(10%), Staphylococcus coagulase negativa (7,5%), Citrobacter sp. (5,0%), Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Shigella e Enterobacter sp.(2,5%). Nos telefones próximos aos hospitais foi encontrado Staphylococcus coagulase negativa (26,7%), Bacillus gram positivos (23,3%), Serratia sp. (20%), Hafnia alvei (10%), Enterococcus e Chryseobacterium odoratum (6,7%), Enterobacter sp. e Proteus mirabilis (3,3%). Não houve diferença significativa no nível de contaminação entre haste e fone de ouvido. Somente o Staphylococcus coagulase negativa apresentou diferença estatisticamente significativa quando comparados os níveis de contaminação dos telefones próximos a hospitais dos demais, sugerindo um menor deslocamento de bactérias dos hospitais para a comunidade quando comparado a outros estudos. Diante do alto índice de contaminação dos telefones por bactérias potencialmente patogênicas, recomendamos a desinfecção periódica destes objetos bem como a lavagem das mãos após a utilização de telefones públicos evitando assim, o deslocamento de bactérias e outros microrganismos. Não podemos afirmar que o uso de telefones públicos ou qualquer outro objeto de uso comunitário seja prejudicial à saúde de seus usuários, porém, recomendamos que novas pesquisas sejam feitas nesse sentido na tentativa de se avaliar e minimizar estes riscos.