USO DE BACTÉRIAS ASSIMILADORAS DE AMÔNIA NA PRODUÇÃO DO COMPOSTO DE CULTIVO DO COGUMELO AGARICUS BRASILIENSIS

Emerson Tokuda Martos (UFLA); Rômulo César Clemente Toledo (UFLA); Romildo da Silva (UFLA); Eustáquio Souza Dias (UFLA)

A produtividade do cogumelo Agaricus brasiliensis é baixa quando comparada à do cogumelo Agaricus bisporus, além de apresentar um ciclo de cultivo muito longo. Além dos fatores ambientais, a qualidade do composto de cultivo é um dos principais fatores que afetam a produtividade. Durante a compostagem, ocorre uma sucessão microbiana, quando diferentes microrganismos promovem uma degradação parcial dos componentes lignocelulósicos do composto, enquanto que outros atuam na assimilação da amônia formada durante o processo. Essa atividade é extremamente importante, uma vez que os cogumelos Agaricus são extremamente sensíveis à presença de amônia no composto.  Sabe-se que, em países nos quais essa atividade alcançou alto nível tecnológico, é comum a inoculação do composto com algumas espécies de microrganismos, entretanto, essa aplicação é mantida em segredo. Por isso, é importante a seleção de diferentes cepas de microrganismos para a sua utilização no processo de compostagem no Brasil. Neste trabalho foi avaliada a adição de um coquetel bacteriano durante a produção do composto de cultivo do cogumelo A. brasiliensis CS1. Os tratamentos consistiram na inoculação dos coquetéis bacterianos em diferentes etapas da compostagem, com o objetivo de se determinar o momento ideal de inoculação. Os tratamentos ficaram assim estabelecidos: T1- inoculação no momento da suplementação; T2 – inoculação no momento da pasteurização; T3 – inoculação após a pasteurização; T4 – Controle, sem inoculação. Foi utilizado o sistema de compostagem longa, seguida de pasteurização a vapor. O delineamento estatístico foi em blocos casualizados com oito repetições. Foram avaliados crescimento micelial  e eficiência biológica. De acordo com o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, o tratamento T2, obteve melhor crescimento micelial com 1,25mm/dia seguido do T1 com 0,79mm/dia. Os mesmos tratamentos T1 e T2 proporcionaram também maior eficiência biológica (31,86 e 26,96% respectivamente), que os demais. Esses resultados indicam o potencial para o uso de bactérias assimiladoras de amônia na produção do composto pasteurizado com vapor.