MICOTA ENDOFÍTICA DE SEMENTES DE ALGODÃO TRANSGÊNICO BT (BACILLUS THURINGIENSIS ) PRODUZIDAS NO BRASIL

Paula Danielle de Souza Vieira (UFPE); Cristina Souza Motta (UFPE); Priscila de Andrade Cavalcanti (UFPE); Wendell Medrado Teófilo da Silva (UFPE); Jorge Braz Torres (UFRPE); João Lúcio de Azevedo (ESALQ); Neiva Tinti de Oliveira (UFPE)

Os fungos endofíticos vivem intra e/ou intercelularmente em plantas hospedeiras, sem causar danos aparentes e são de grande importância para a indústria, agricultura e medicina., destacando-se pelo seu papel no desenvolvimento das plantas, por aumentar a resistência destas contra estresses bióticos e abióticos. A colonização dos tecidos vegetais, por esses fungos, pode ocorrer pela transferência dos microrganismos já presentes nas plantas, para as gerações seguintes através das sementes. As sementes transgênicas de algodão Bt apresentam o gene cry da bactéria Bacillus  thuringiensis,  que codifica proteínas para o controle de insetos da ordem Lepidoptera como o curuquerê (Alabama argillacea) e lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens). Esta variedade de algodoeiro transgênico ocupa o segundo lugar em áreas plantadas no mundo, representando aproximadamente 7% da área cultivada com transgênicos, tendo plantio e comercialização autorizados em diversos países, como: África do Sul, México, Argentina, China, Índia, Estados Unidos e Brasil. Entretanto, existem controvérsias a respeito dos riscos ecológicos dos transgenes para os microrganismos associados aos vegetais geneticamente modificados.  O objetivo desse estudo foi contribuir para o conhecimento da micota endofítica associada à sementes de algodoeiro transgênico Bt. Foram utilizadas amostras de sementes sadias das cultivares NuOPAL e DP90B, oriundas dos estados de Goiás e de São Paulo, respectivamente. As amostras foram desinfestadas, fragmentadas e plaqueadas em meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA), acrescido de cloranfenicol (50mg/L-1), e incubadas a 28ºC por 20 dias. Os fungos crescidos foram purificados e identificados. A taxa de colonização foi de 69% para ambas as cultivares, sendo identificadas as seguintes espécies: Curvularia lunata var. aeria (Lima & Vasconc.) Ellis, Pestalotiopsis maculans (Corda) Nag Raj, Fusarium lateritium Nees, Phoma glomerata  (Corda) Wollenw & Hochapfel e Nigrospora sphaerica (Sacc.) Mason. Os fungos encontrados nesse estudo estão sendo registrados pela primeira vez no Brasil em sementes de algodão transgênico Bt (Bacillus thuringiensis).