ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE COMPOSTOS FENÓLICOS ISOLADOS DE LEIOTHRIX SPIRALIS RUHLAND (ERIOCAULACEAE)

Marcelo Gonzaga de Freitas Araújo (UNESP); Leonardo Gorla Nogueira (UNESP); Danilo Fuin Dignani (UNESP); Felipe Hilário (UNESP); Lourdes Campaner dos Santos (UNESP); Taís M. Bauab (UNESP)

É crescente a busca de novos agentes antimicrobianos, visto que o elevado potencial de recombinação genética das bactérias tem provocado o aumento de cepas multirresistentes e, conseqüentemente, tornado ineficazes muitos fármacos disponíveis no mercado. As plantas produzem um vasto número de substâncias naturais com potencial antimicrobiano. A espécie Leiothrix spiralis Ruhland é conhecida popularmente como sempre-viva, caracterizada principalmente pela alta durabilidade após a colheita. Investigações têm sido realizadas com o objetivo de identificar substâncias ativas em espécies da família Eriocaulaceae, apresentando compostos fenólicos de grande importância. Neste trabalho foram isolados, do extrato metanólico de folhas de L. spiralis, os seguintes compostos fenólicos: (1) 4–metoxiluteolina–6–C–α–L–arabinopiranosídeo; (2) 8–carboximetoxi–1,3,5,6–tetraidroxixantona e 6–hidroxi–7–metoxiluteolina; (3) 8–carboximetoxi–1,3,5,6–tetraidroxixantona; e avaliado o potencial antibacteriano do extrato e dos compostos fenólicos frente as cepas bacterianas de referência Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Bacillus subtilis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. O extrato e os isolados foram solubilizados em solução hidrometanólica a 25% a concentração inicial de 1000 mg/mL, diluída seriadamente até 3,9 mg/mL. As suspensões bacterianas foram utilizadas em concentração de 10⁷ células/mL, sendo adicionados 20mL nos orifícios das microplacas e incubadas a 37ºC durante 24 horas. Após incubação, realizou-se leitura colorimétrica utilizando resazurina, para determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Como controles foram utilizados ciprofloxacino (25 mg/mL) e solução hidrometanólica a 25%. O extrato metanólico de folhas de L. spiralis apresentou atividade frente a S. aureus, B. subtilis e E. faecalis. Os compostos 2 e 3 apresentaram melhor atividade frente a S. aureus (CIM = 125 mg/mL), B. subtilis (CIM = 250 mg/mL), P. aeruginosa (CIM = 31,25 e 125 mg/mL, respectivamente), e 2 apresentou forte atividade frente a E. coli (CIM = 62,5 mg/mL). A substância 1 não apresentou atividade nas concentrações testadas. Estes resultados sugerem que esta espécie vegetal apresenta, dentre seus constituintes fenólicos, alguns como fonte promissora de substâncias com atividade antibacteriana, podendo ser, portanto, promissora fonte de substâncias bioativas.