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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1511-1

1511-1

ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DO SÊMEN BOVINO APÓS-DESCONGELAÇÃO: ISOLAMENTO FÚNGICO E BACTERIANO

Autores:
João Vitor Pchirmer (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; Gabriela Salete Vasconcelos (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; Camila Keterine Gorzelanski Trenkel (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; André Marcos Dezan Bieniek (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; Guilherme Henrique Malinowski (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul) ; Adalgiza Pinto Neto (UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul)

Resumo:
A comercialização e utilização de técnicas de congelação do sêmen bovino, permitem o rápido avanço genético dos rebanhos. No entanto, a coleta e o processamento do sêmen podem influenciar nas características biológicas do ejaculado, uma vez que, deve-se considerar que a coleta do sêmen um procedimento não estéril. A análise microbiológica do sêmen permite a identificação de microrganismos que possam interferir na qualidade e viabilidade espermática, sendo fundamental para a maximização da eficiência reprodutiva dos plantéis. Ademais, o sêmen de boa qualidade é crucial para o sucesso das técnicas de inseminação artificial, e o seu processamento deve viabilizar ao máximo a preservação dos espermatozóides. O objetivo do estudo foi analisar os aspectos microbiológicos do sêmen bovino após a descongelação. Para as análises microbiológicas foram utilizados quatro meios de cultura, Mannitol salt agar (SM), MacConkey Agar (MC), Eosin Methylene Blue Agar (EMB) e Potato Dextrose Agar, que foram preparados, esterilizados e acondicionados em placas de Petri. Para as análises foram utilizadas 15 palhetas de sêmen, de quatro touros, das raças Braford e Nelore. As amostras estavam acondicionadas em palhetas de 0,25 e 0,5 mL identificadas e conservadas em botijão de nitrogênio líquido a uma temperatura de -196 °C. As amostras foram caracterizadas em, A) sêmen diluído em TRIS-gema de ovo, acrescido de 0,5% de extrato natural; B) sêmen diluído em TRIS-gema de ovo, acrescido de 1% de extrato natural; C)sêmen diluído em TRIS-gema de ovo; D) sêmen diluído em TRIS-gema de ovo, acrescido de 0,5% de extrato natural; E) sêmen diluído em Optidux, acrescido de em vit C; F) sêmen diluído em Optidux, acrescido de vit. C. A descongelação do sêmen foi em banho-maria à 37°C por 30 segundos, em seguida as amostras foram semeadas em triplicata pela técnica de esgotamento, utilizando alça de platina de 10 μL, nos meios de cultura previamente confeccionados. As placas foram incubadas em duas temperaturas e tempos diferentes conforme recomendação do fabricante, à 37 °C por 48 horas e 24 °C por sete dias. Para as amostras com isolamento fúngico, confeccionou-se lâminas, as quais foram coradas pelo complexo Cristal Violeta. As observações foram realizadas utilizando microscópio com LED em aumento de 100x. Confirmou-se a presença de fungos filamentosos e leveduras, em seis e três amostras, respectivamente. No meio SM, seis amostras apresentaram crescimento, e já nos meios MC e EMB não observou-se crescimento. Portanto, não foram evidenciadas diferenças no perfil microbiológico do sêmen em relação ao tipo de diluente seminal e suas concentrações. A contaminação do sêmen pode ocorrer no sistema urogenital do animal como também no momento da coleta, transporte e processamento. Podendo acarretar em redução da capacidade fertilizante dos espermatozóides, uma vez que, o S. aureus é um exemplo de bactéria deletéria para a reprodução animal. A quantidade limite de microrganismos por mL de sêmen ainda não foi determinada, contudo, sabe-se que a utilização de sêmen contaminado pode culminar em redução da eficiência reprodutiva. Foram encontrados fungos filamentosos, leveduras e S. epidermidis nas amostras de sêmen. Entretanto, não foram evidenciadas bactérias Gram-negativas, bacilos entéricos Gram-negativos. Diante disso, fica evidente a importância de se garantir a qualidade sanitária do sêmen, uma vez que microrganismos podem causar danos e comprometimento reprodutivo aos animais.

Palavras-chave:
 viabilidade espermática, microbiologia, contaminação, microrganismos