Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1498-2 | ||||
Resumo:A vanilina, substância conhecida pelo aroma de baunilha, é um aroma que possui larga aplicabilidade nos setores industriais alimentício, farmacêutico, entre outros, pois desempenha papel antimicrobiano e atua como intermediário para a síntese de herbicida e até mesmo para drogas. A produção de aromas é predominantemente dominada por aromas quimicamente sintetizados, mas com o avanço das tecnologias e consciência ambiental, há um apelo para a substituição de produtos sintéticos por produtos obtidos de formas alternativas mais sustentáveis. Diante disso, a produção da vanilina por via biotecnológica, seja por enzimas ou microrganismos, se torna uma opção promissora. Dentre os microrganismos produtores de vanilina, o Bacillus subtilis apresenta alta taxa de bioconversão a partir de fontes alternativas de carbono, e vários estudam relatam um aumento significativo da produção da vanilina quando adicionado algum indutor ao meio, destacando-se o isoeugenol. Diante disso, o presente trabalho visou avaliar a obtenção de vanilina a partir do microrganismo B. subtilis ATCC 6633, através da adição de isoeugenol. Em uma primeira etapa, visou-se avaliar a influência do tempo de adição deste no bioprocesso em questão, então adicionou-se 10 g L-1 deste composto nos tempos inicial (0 h) e 24 horas após o início do cultivo. Amostras foram retiradas nos tempos 0, 24, 48, 96, e 144 horas para determinar a concentração de vanilina e o melhor tempo de adição. Após a determinação do melhor tempo de adição do indutor, procedeu-se à avaliação da adição deste em diferentes concentrações (5,0; 10, 15 g L-1). Avaliou-se a influência na produção celular, no consumo de substrato e do próprio isoeugenol durante a fermentação, sendo amostras retiradas nos tempos 0, 96, 144 e 196 horas. De acordo com os resultados obtidos, a adição de 10 g L-1 de isoeugenol após 24 horas de cultivo proporcionou os melhores resultados referente a obtenção de vanilina (0,6 g L-1), bem como crescimento celular (10,89 g L-1 ± 0,39) no tempo de 196 horas. O maior rendimento molar de conversão de isoeugenol em vanilina (7,48 %) foi obtido com 5 g L-1 do indutor. Independente da concentração de isoeugenol adicionada, houve um aumento da concentração celular até 144 horas de cultivo. Quanto ao consumo de isoeugenol, esse foi consumido rapidamente até 96 horas de cultivo, em todas as concentrações, e acima deste tempo, observou-se uma estabilização do processo. A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que a bactéria B. subtillis mostrou potencial na produção de vanilina, bem como o isoeugenol se apresentou como um bom indutor na concentração determinada. Sugere-se que novos estudos devem ser realizados a fim de se avaliar outros indutores de origens renováveis. Palavras-chave: Baunilha, Bioaroma, Fermentação, Indutor Agência de fomento: UTFPR, Fundação Araucária, CNPq |