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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1495-2

1495-2

PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTES POR BACTÉRIAS ISOLADAS DO SEDIMENTO DE MANGUEZAL (RIO FORMOSO, PE) UTILIZANDO MEIO FORMULADO COM RESÍDUOS

Autores:
Samara Regina Pimentel do Nascimento (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Aline Cristina dos Santos Silva (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Adriana Ferreira de Souza (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Dayana Montero Rodríguez (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Allem Karolyne Dino da Silva (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Nathália Sá Alencar do Amaral Marques (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Galba Maria de Campos-takaki (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Rosileide Fontenele da Silva Andrade (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO)

Resumo:
Os biossurfactantes são compostos anfipáticos produzidos por micro-organismos, que possuem a propriedade de reduzir a tensão superficial, e por serem naturais são facilmente degradados no meio ambiente e apresentam baixa ou nenhuma toxicidade, vantagens essas superiores aos surfactantes químicos atualmente usados em produtos industriais comercializados. Neste estudo foi investigado o potencial de produção de biossurfactantes por bactérias isoladas do sedimento de manguezal de Rio Formoso/PE, a partir da valorização de resíduos agroindustriais. Para tanto, as bactérias Pseudomonas fluorescens e Geobacillus sp. foram cultivadas em caldo nutriente e inoculadas (5%) em meios alternativos contendo diferentes concentrações de glicerol bruto e milhocina, de acordo com planejamento fatorial completo 22. As fermentações foram conduzidas em cultivo agitado (150 rpm), a 28°C por 96 h. Após esse tempo, as amostras foram centrifugadas a 5000g por 15 min. Nos líquidos metabólicos livre de células foi detectado a presença dos biossurfactantes pela determinação da tensão superficial pelo método de anel de Du Noüy em tensiômetro automático, assim como pelo índice de emulsificação usando óleo de soja, óleo de soja pós-fritura e óleo de motor. Além disso, a estabilidade das emulsões foi investigada frente a diferentes valores de temperatura, pH e concentrações de NaCl. As duas bactérias testadas demonstraram potencial na produção do biossurfactante em todos os meios alternativos testados, pela comprovada redução da tensão superficial, com destaque para a condição 2 do planejamento fatorial (2,5 % de glicerol e 0,5 % de milhocina), onde P. fluorescens obteve um valor de 29,9 mN/m e Geobacillus sp. de 30,0 mN/m. Em adição, o biossurfactante produzido por Geobacillus sp. apresentou boas propriedades emulsificantes para os três compostos hidrofóbicos testados (57,5% com óleo de soja, 70% com óleo de soja pós-fritura e 95,8% com óleo de motor). Ainda, as emulsões com óleo de motor mostraram elevada estabilidade em todas as condições de pH, temperatura e salinidade avaliadas, evidenciando o potencial de aplicação do biossurfactante produzido por Geobacillus sp. em condições extremas. Deste modo, os resultados mostram o potencial das bactérias isoladas do ecossistema Manguezal de Rio Formoso/PE para a obtenção de moléculas surfactantes com capacidade emulsificante. Além disso, este trabalho surge como resposta à necessidade de desenvolvimento de processos biotecnológicos sustentáveis a partir do reaproveitamento de resíduos industriais, uma vez que as bactérias testadas produziram biossurfactantes em meios de cultivo contendo exclusivamente resíduos.

Palavras-chave:
 bactérias, manguezal, biotensoativos, emulsificação, resíduos agroindustriais


Agência de fomento:
FACEPE (projeto APQ-0638-2.01/19), CNPq e CAPES