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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1451-1

1451-1

Prospecção de microrganismos na Kombucha visando a obtenção de Biofloculante

Autores:
Ana Clara Ozelhieri de Almeida (UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná) ; Cleverson Busso (UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná) ; Priscila Vaz de Arruda (UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná)

Resumo:
O processo de coagulação/floculação desempenha um papel crucial em diversas áreas, desde o tratamento de água até a clarificação de produtos industriais. Nesse processo, podem ser empregados três tipos de substâncias: floculantes inorgânicos, orgânicos sintéticos ou naturais. Os floculantes inorgânicos contêm metais em sua composição, os sintéticos derivam de poliacrilamida e os naturais são provenientes de fontes vegetais (plantas) ou produzidos por microrganismos (biofloculantes). Apesar da relevância dos floculantes sintéticos e inorgânicos, é importante destacar que esses podem acarretar riscos à saúde e ao meio ambiente já que não são biodegradáveis e alguns de seus monômeros, como a acrilamida são neurotóxicos e carcinogênicos. Sendo assim, uma alternativa promissora é a substituição por floculantes naturais que não gerem tanto impacto ambiental. A kombucha é uma bebida fermentada conhecida não apenas por seu sabor único, mas também pela complexa comunidade de microrganismos que a compõe. Essa diversidade microbiana inclui bactérias ácido-láticas, leveduras e outras espécies benéficas. Através do isolamento desses microrganismos, abre-se uma ampla perspectiva para identificar cepas com potencial biotecnológico, especialmente no âmbito do desenvolvimento de biofloculantes. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo prospectar microrganismos com capacidade de produzir biofloculantes a partir da kombucha, visando otimizar sua produção para aplicações no tratamento de águas e processos industriais. Para o isolamento de microrganismos biofloculantes utilizou-se uma cultura simbiótica de kombucha e realizou-se diluição seriada até 10-5 em solução salina 0,9% (p/v). Para isolamento de bactérias utilizou-se meio de cultivo composto por (g/L): glicose (5), extrato de levedura (1), ureia (1), KH2PO4 (0,1), K2HPO4 (0,1), NACl (0,1), MgSO4.7H2O (0,2) e ágar (20); e para leveduras utilizou-se o meio ágar batata dextrose (BDA). Inoculou-se 100 μL das diluições de 10-3 a 10-5 nas placas com os meios de isolamento e manteve-se a 30°C por 48 horas, para bactérias, e 72 horas para leveduras. As colônias obtidas foram estriadas até obtenção de colônias puras. Posteriormente, realizou-se testes para verificação de atividade floculante utilizando meio de cultivo composto por (g/L): glicose (20,0), extrato de levedura (0,5), ureia (0,5), NH4SO4 (0,3), KH2PO4 (5,0), K2HPO4 (2,0), NACl (0,1), MgSO4 (0,3) para os microrganismos isolados. Uma alçada de cada cepa, previamente estriada em meio sólido, foi transferida para Erlenmeyer com 50 mL de meio e manteve-se em incubadora orbital a 30°C a 200 rpm por 48 horas, para bactérias, e 160 rpm por 72 horas, para leveduras. Após, os cultivos foram centrifugados a 8000 rpm por 15 minutos e o sobrenadante foi utilizado para verificação da atividade floculante. A partir dos experimentos foi possível isolar 4 bactérias (B1, B2, B3 e B4) e 3 leveduras (L1, L2 e L3) das quais as três melhores atividades biofloculantes foram: L1 (43,7%), B4 (33,5%) e L2 (30,2%). Atualmente, essas cepas estão em processo de sequenciamento de DNA a fim de continuar os estudos. Uma vez identificados os microrganismos isolados, serão realizados experimentos para otimização da obtenção de biofloculantes explorando variações de temperatura, pH, fonte de carbono e nitrogênio durante os cultivos.

Palavras-chave:
 Kombucha, Biofloculante, Bioprocessos, Tratamento de águas, Floculação


Agência de fomento:
UTFPR, Fundação Araucária.