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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1440-1

1440-1

INFLUÊNCIA DO MANEJO DO SOLO NA FUNÇÃO DE RECUPERAÇÃO EXERCIDA PELA MICROBIOTA DA RIZOSFERA

Autores:
Gabriella Silva Sousa (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) ; Larrissa de Souza Bortolo (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) ; Valdemar Luiz Tornisielo (CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na Agricultura) ; Maurício Roberto Cherubin (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) ; Jussara Borges Regitano (ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”)

Resumo:
O solo é essencial para a produção agrícola e o manejo adotado é capaz de alterar suas características, trazendo benefícios a curto e médio prazo para o topo da cadeia alimentar e malefícios a médio e longo prazo para o meio ambiente, principalmente danos à microbiota exposta a herbicidas que são frequentemente utilizados no processo, como glifosato e atrazina. Planta de cobertura é importante ferramenta para proteger o solo de possíveis danos causados por fenômenos climáticos, além de melhorar seus atributos químicos, físicos e biológicos. O monocultivo a longo prazo diminui a diversidade microbiana do solo, o que torna importante a adoção de manejos mais conservacionistas para incrementar as funções ecossistêmicas exercidas pela microbiota do solo. A liberação de exsudados radiculares por diferentes plantas, é capaz de modular a microbiota do solo alterando sua diversidade, resiliência e abundância, potencializando suas funções e inclusive de recuperação à exposição de xenobióticos. Portanto, este trabalho visa avaliar o potencial de mineralização da atrazina e do glifosato em solos com diferentes históricos de manejo, primariamente quanto às plantas de cobertura. Para tanto, amostras de solo na camada de 0 a 10 cm foram coletadas de um experimento feito com culturas de soja solteira, soja com diferentes plantas de cobertura e pastagem, sucessivamente durante 10 (dez) anos, localizado no estado do Tocantins. O solo foi peneirado em malha de 2 mm e a umidade corrigida a 70% da capacidade de campo, posteriormente, foram incubados 25 g de solo durante 70 dias em câmara escura e com temperatura controlada (25°C), aos quais foram aplicados os herbicidas, na forma radiomarcada (14C), nas dosagens recomendadas à campo. A taxa de mineralização (evolução de 14C-CO2 ) foi avaliada semanalmente, por espectrometria de cintilação líquida. Os solos com plantas de coberturas em consórcio com soja aumentaram a mineralização do glifosato, chegando a 31% versus 21% e 25% para pastagem e soja solteira, respectivamente, após 70 dias. Já para a molécula de atrazina, não foi possível observar variação significativa entre os tratamentos ( 7%, 6% e 7% nos respectivos tratamentos). Mais estudos voltados ao impacto das plantas de cobertura na comunidade microbiana e na qualidade do solo são necessários, mas seu efeito na mineralização de pesticidas parece ocupar papel secundário, predominando os atributos físico-químicos da molécula.

Palavras-chave:
 planta de cobertura, mineralização, xenobióticos


Agência de fomento:
CAPES