Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1422-2 | ||||
Resumo:Streptococcus agalactiae (Group B Streptococcus, GBS) é uma bactéria em forma de cocos, gram - positiva que pode fazer parte da microbiota humana, colonizando principalmente os tratos geniturinário/ gastrintestinal. Entretanto, o GBS se destaca como um dos maiores causadores de doenças infecciosas neonatais, e representa uma das principais causas de mortalidade materno - infantil, enfatizando sua significativa importância clínica. A sua presença na região anovaginal de gestantes é o principal fator de risco para a transmissão vertical para o neonato, que pode ocorrer pelo parto vaginal, por ruptura das membranas amnióticas e através da passagem do microrganismo pela barreira placentária. O presente trabalho possuiu como objetivo realizar o isolamento e a identificação de GBS em mulheres gestantes a partir do processamento das amostras clínicas anovaginais provenientes da Maternidade Escola da UFRJ e verificar a taxa de ocorrência de GBS nos últimos 15 anos, entre 2008 e 2022. As amostras foram analisadas de acordo com triênios: 2008-2010 (T1; 1949 amostras clínicas), 2011-2013 (T2; 1149 amostras clínicas), 2014-2016 (T3; 805 amostras clínicas), 2017-2019 (T4; 1241 amostras clínicas) e 2020-2022 (T5; 973 amostras clínicas). As amostras clínicas utilizadas para este estudo foram coletadas pelo método de swab combinado e armazenadas em meio de transporte Amies, sendo semeadas em meio cromogênico (CHROMagar™ Strep B™) e incubadas a 37ºC por 24h. Em paralelo, foram processadas em caldo THB acrescido de ácido nalidíxico e gentamicina (THB+ANG) a 37ºC por 24h em atmosfera de CO2. Todas as colônias sugestivas foram identificadas presuntivamente por testes fenotípicos, como a detecção do fator CAMP e a hidrólise do hipurato, e a identificação confirmada pela utilização do MALDI-TOF MS. Ao longo desse período de 15 anos, foram analisadas 6.117 amostras clínicas, onde, 1.257 foram GBS positivas, caracterizando uma taxa de ocorrência geral de 20,5%. Ao analisar o T1 obteve-se 539 amostras GBS positivas, configurando uma taxa de ocorrência de 27,6% nesse intervalo. Em seguida, no T2 um total de 303 foram confirmadas como GBS positivas, apresentando uma taxa de colonização de 26,4%. No T3, 174 amostras mostraram-se GBS positivas, apontando uma ocorrência de 21,6% de GBS nesse período. Posteriormente, analisando o T4, 158 amostras clínicas se apresentaram como GBS positivas, demonstrando 12,7% de ocorrência por GBS. Por fim, no T5, 83 amostras configuraram como GBS positivas, culminando em uma ocorrência de apenas 8,5% durante o período. A análise estatística revelou uma diminuição significativa (p<0.0001) nas taxas de colonização por GBS em mulheres gestantes residentes na cidade do Rio de Janeiro ao longo dos anos a partir do segundo triênio avaliado. Assim, à luz dos dados analisados, enfatiza-se a necessidade da implementação em nível nacional de medidas que assegurem o rastreamento de GBS a fim de garantir a vigilância epidemiológica de tal espécie no contexto da saúde materno-infantil. Palavras-chave: GBS, Infecções neonatais , Ocorrência, Streptococcus agalactiae , Taxa de colonização Agência de fomento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro/ FAPERJ |