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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1384-2

1384-2

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA BIODESINFECÇÃO DE AMBIENTES COM VAPOR SECO UTILIZANDO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 6% E ÍONS DE PRATA

Autores:
Valter Batista Duo Filho (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Leyva Cecilia Vieira de Melo (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Ivam Cavalcante Pereira Junior (DEVANT CARE - DeVant Care) ; Dulcilena de Matos Castro E Silva (IAL - Instituto Adolfo Lutz)

Resumo:
A contaminação ambiental está diretamente ligada às Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS) em qualquer ambiente analisado. A contaminação do ar e de superfícies por microrganismos ainda é negligenciada. Se tratando de limpeza e desinfecção, a efetividade dos métodos convencionais depende de pessoas treinadas para selecionar, formular e aplicar produtos qualificados e apropriados. A melhoria dessas técnicas e os melhores resultados dependem do aperfeiçoamento humano. Uma alternativa para essa melhoria é o uso de sistemas automatizados de desinfecção, tecnologia no-touch, fornecendo abordagem eficaz, capaz de atingir todas as superfícies de um ambiente. Dentro das considerações, a escolha certa de desinfetantes deve se basear na melhor atividade antimicrobiana, além da não existência de risco biológico para as pessoas e o ambiente. De acordo com referências bibliográficas atuais o desinfetante mais viável deve ser a base de peróxido de hidrogênio, pois possui atividade antimicrobiana conhecida e, não é tóxico quando utilizado em concentrações adequadas para a vida humana e para o ambiente. O objetivo deste monitoramento foi avaliar a ação do higienizante aplicado com tecnologia no-touch durante cinco dias de limpeza. O estudo foi realizado em diferentes estruturas e diferentes protocolos de aplicação do produto higienizante conforme recomendação do fabricante para obter um tratamento curativo. As coletas de ar e de superfície ocorreram antes e após a higienização. As amostras de ar foram coletadas com o impactador, MAS 100 NT da Merck®, permitindo a análise da UFC/m3. As amostras de superfícies foram realizadas através da técnica de Imprint utilizando uma placa Rodac e a desinfecção com peróxido de hidrogênio 6% e íons de prata, e o equipamento de aplicação Nocospray. As amostras foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, onde foram processadas. As análises fenotípicas foram realizadas utilizando provas taxonômicas clássicas e a espectrometria de massas, MALDI-TOF da Bruker, BD. Os resultados destacaram o potencial do peróxido de hidrogênio aerossolizado como estratégia eficaz para o controle microbiológico em ambientes urbanos, resposta encontrada com as correlações entre as quantidades de colônias bacterianas e fúngicas no ar e em superfícies, correspondência diária, antes e depois da higienização. A redução de 99% das UFC/m3 nas colônias bacterianas e 72% nas colônias fúngicas sugere uma forte ação antimicrobiana do produto. A redução significativa das UFC/m3 de fungos e bactérias e a eliminação dos gêneros Acremonium e Paecilomyces, Bacillus, Corynebacterium, Pseudomonas, Staphylococcus e Acinetobacter sugerem que este sistema de higienização pode ter implicações e aplicações importantes para a saúde pública e a qualidade de diversos ambientes.

Palavras-chave:
 Biodesinfecção, Maldi- tof, Controle Microbiológico, IRAS