Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1295-2 | ||||
Resumo:A nossa situação no Brasil é privilegiada em termos de disponibilidade da biodiversidade uma vez que o país concentra cerca de 1/3 da biodiversidade do mundo. O emprego de leveduras em vários processos biotecnológicos, como produção de pão, cerveja, vinhos, fermentados, vem sendo explorado desde tempos remotos. Em tempos atuais, o emprego de variedades da levedura Saccharomyces cerevisiae se destaca em vários bioprocessos, ainda leveduras de inúmeros outros gêneros vêm sendo cada vez mais exploradas em bioprocessos biotecnológicos. As leveduras, que têm metabolismo fortemente ativo e consomem altas quantidades de açúcar, são potenciais candidatas para emprego em biotecnologia visando a produção de proteína unicelular ou mesmo para emprego como futuras hospedeiras de informações genéticas, em trabalhos de Engenharia Genética. Como somente cerca de 7% das espécies de levedura são conhecidas, é provável que seja possível o isolamento de cepas de grande potencial de emprego biotecnológico. Na natureza os frutos são um ambiente rico em diferentes tipos de açúcar. Neste trabalho encontra-se apresentado a nossa experiência com grupos de alunos Universitários de uma metodologia para obter o isolamento de leveduras de flores e de frutos comerciais ou coletados na natureza. Nosso objetivo foi o isolamento de leveduras com capacidade de crescimento em Dextrose. Porém, o método se aplica para isolar leveduras com capacidade de crescimento em diferentes fontes de carbono, como: Sacarose, Glicerol, Amido, ou outra fonte de carbono. Dia1: Fragmentos de Flores ou de Frutos foram introduzidos em um frasco com 50 ml meio mínimo líquido SD ou S+fonte de carbono (10% Dextrose) ou alternativamente: SS (S-10% Sacarose), SA (S-0,5% Amido), SG (S-1% Glicerol), os frascos foram incubados a 28-30 ºC por 16–24 horas. Dia 2: Entre 100 e 500 uL de cada cultura foram inoculados em 25 mL de meio mínimo líquido correspondente SD (alternativamente seria: SS, SD, SA, SG) e feita a incubação a 28-30ºC por 16–24 horas. Dia 3: Foi realizada a semeadura por esgotamento da cultura em 2 placas contendo meio mínimo sólido correspondente SD (alternativamente seria: SS, SD, SA, SG), e as placas foram incubadas em estufa a 28-30º C por 24- 48 horas. Dia 4/5: Foram analisadas a Morfologia Macroscópica das colônias e a morfologia Microscópica das células ao Microscópio. Os vários grupos realizaram o isolamento de leveduras a partir de frutos e flores diversos e isto resultou no sucesso no isolamento de diferentes leveduras. Nas placas com meio sólido observamos colônias brancas, colônias rosas. Ao microscópio óptico observamos células em brotamento com morfologias variadas. A análise preliminar permitiu inferir que um dos isolados era possivelmente da levedura Phaffia rhodozyma. O método proposto permite executar com alunos do ensino médio e superior experimentos de isolamento de leveduras a partir de diferentes substratos incluindo mesmo açúcar grau comestível ou outra fonte de carbono que ataria maior interesse, como degradação de um poluente. Permite exercitar as boas práticas de manipulação asséptica de microrganismos, discutir morfologia macroscópica e microscópica. Permite despertar o interesse pela discussão de quais seriam as etapas seguintes a serem seguidas visando a identificação do isolado: Auxanograma, Zimograma, Curva de crescimento, Sequenciamento do DNA 18S, e outras. Palavras-chave: levedura, biotecnologia, biodiversidade Agência de fomento:CAPES |