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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1273-2

1273-2

ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DA MELITINA E SUA ASSOCIAÇÃO COM OXACILINA FRENTE AO STAPHYLOCOCCUS AUREUS METICILINA RESISTENTE (MRSA)

Autores:
Ana Flávia Marques Pereira (CEVAP - UNESP - CENTRO DE ESTUDOS DE VENENOS E ANIMAIS PEÇONHENTOS DA UNESP) ; Tatiane Baptista Zapata (IBB - UNESP - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS) ; Débora Silvia Marques Sousa (IBB - UNESP - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS) ; Ary Fernandes Júnior (IBB - UNESP - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS) ; Rui Seabra Ferreira Júnior (CEVAP - UNESP - CENTRO DE ESTUDOS DE VENENOS E ANIMAIS PEÇONHENTOS DA UNESP)

Resumo:
A resistência bacteriana é um problema global de saúde pública e isolados resistentes, como Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA), pode ocasionar infecções graves e de difícil tratamento. A pesquisa de novos agentes antimicrobianos se faz necessária e produtos naturais como peptídeos antimicrobianos têm sido evidenciados, como a melitina, uma fração do veneno da abelha Apis mellifera, que apresenta ação antimicrobiana. A melitina pode ter atividade hemolítica e novas estratégias são ideais, como o sinergismo com antibióticos, visando diminuição das doses dos antimicrobianos. Os objetivos foram avaliar a atividade antibacteriana da melitina, sua associação com a oxacilina e os antibióticos oxacilina e cefalotina em MRSA ATCC 33591 e um isolado clínico de MRSA, avaliar a atividade antibiofilme dos produtos que apresentaram atividade antibacteriana, investigar sua permeabilidade na membrana de MRSA e determinar sua citotoxicidade. A atividade antibacteriana contra os isolados bacterianos foi realizada de acordo com o ensaio de microdiluição de resazurina (REMA) para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) de melitina e oxacilina. O sinergismo da melitina com o antibiótico oxacilina foi testado usando a curva de sobrevivência. A atividade antibiofilme de melitina, oxacilina e a associação de melitina com oxacilina (mel+oxa) foram testadas e a ação desses produtos sobre membranas celulares de MRSA foi verificada. Atividade hemolítica e ensaios de citometria de fluxo avaliando citotoxicidade em células HaCaT (queratinócitos humanos) foram realizados. A melitina apresentou uma CIM de 5,3 µg/mL para MRSA ATCC e 4,0 µg/mL para o isolado de MRSA; a oxacilina apresentou CIM de 16 µg/mL para MRSA ATCC e 8 µg/mL para o isolado. A associação mel+oxa mostrou-se sinérgica e bactericida para ambos MRSA. Concentrações subinibitórias no valor de 75% da CIM de oxacilina e 75% da CIM de mel+oxa inibiram cerca de 65% da formação de biofilme para ambos isolados de MRSA. Melitina, oxacilina e mel+oxa mostraram permeabilidade na membrana celular, aumentaram a condutividade elétrica relativa, promoveram extravasamento de proteínas, liberação de ácidos nucléicos e causaram efluxo de íons potássio e fosfato. A taxa de hemólise da melitina em sua CIM foi de 0,2%, enquanto a combinação de mel+oxa em sua CIM não apresentou hemólise em eritrócitos humanos. Melitina e mel+oxa não causaram apoptose ou necrose nas células de queratinócitos HaCaT, apresentando porcentagem de apoptose variando de 1,06% a 6,11% sendo não significativas. O tratamento mel+oxa apresentou atividade antibacteriana e antibiofilme sobre MRSA com uma menor dose dos antimicrobianos, não apresentando hemólise em seu valor de CIM e sem citotoxicidade em células HaCaT e apresentou ação sobre membrana celular de MRSA. A associação da melitina com a oxacilina apresenta considerável potencial para desenvolvimento de agentes antibacterianos ou novos tratamentos contra MRSA

Palavras-chave:
 biofilme, citometria de fluxo, resistência bacteriana, sinergismo


Agência de fomento:
: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)