Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1255-2 | ||||
Resumo:As proteases são diferentes enzimas que apresentam interesse em saúde (processos infecciosos) assim como têm valor comercial. Devido à grande variedade de proteases, em contraste com suas ações particulares, ganharam a atenção para sua utilização fisiológica e biotecnológica. Para proteases de origem em patógenos microbianos, os processos infecciosos são potencializados, sendo caracterizados como fatores de virulência. O objetivo desse trabalho foi a caracterização de proteases produzidas por Escherichia coli isoladas em saliva e placas dentais utilizando diversos meios de cultura como substrato. As linhagens de Escherichia coli foram isoladas em pacientes com processos e infecções orais atendido pela UFS (aprovado pela Plataforma Brasil/HU/UFS). As salivas e raspados de placas dentais foram semeadas em Agar EMB e as linhagens foram identificadas por bioquímica. Para o experimento, foi realizada suspensão microbiana (escala 3 de MacFarland) e 50µL semeadas em placas de Petri com meio de cultura com substrato para produção de protease (completo – todos itens juntos, ovo, leite não estéril, leite autoclavado, gelatina e albumina). Incubação a 37ºC com leituras a cada 12h por 3 dias. A presença da atividade da protease, gelatinase, proteinase e da fosfolipase foi verificada pela formação de um halo transparente ou opaco ao redor da colônia, respectivamente. A atividade enzimática foi obtida por meio da razão entre o diâmetro da colônia e o diâmetro da colônia mais a zona de precipitação. As atividades enzimáticas (PZ) foram medidas dividindo-se o diâmetro da colônia pelo diâmetro da colônia somado à zona de precipitação e IE (Índice Enzimático) dividindo-se o diâmetro de precipitação por diâmetro da colônia. Em ambos os casos, quando a PZ foi igual a 1 foi considerada negativa e entre 0,2 a 0,4 como positivo fraco e positivo forte (entre 0,4 a 0,9). E um IE ≥ 2,0 para considerar um micro-organismo produtor de enzimas em meio sólido. Para comparação de tratamentos, adotou-se Teste ANOVA seguido de Turkey com p<0,01. Como resultado, foram isoladas 32 linhagens de E. coli, sendo 15 isolados oriundas de saliva e 17 cepas de placas dentais (10 supragengivais e 7 subgengivais). Todos os tratamentos estimularam a produção da protease. Sendo que os meios contendo albumina (Pz entre 0,2 a 0,5 e IE entre 2 e 4) e gelatina (Pz entre 0,2 e 0,47 e IE entre 2 e 4) foram 100% produtivos. Não houve diferenças entre 12h, 24 e 48h de incubação. Sendo 48h apresentou maiores valores de Pz e IE. As linhagens oriundas de placas subgengivais elaboraram mais proteases. 14% das linhagens obtidas da saliva, 20% das cepas oriundas da placa supragengival e 28,57% dos isolados de placas subgengivais foram produtoras de proteases em todos os meios testados mesmo nos meios contendo leite que pouco estimulou a produção de protease. Conclui-se que linhagens de Escherichia coli isoladas de espécimes orais apresentam protease como fator de virulência, sendo os meios de cultura com albumina e gelatina mais produzidos. Apresentando que essas linhagens microbianas podem ser patogênicas em sítios orais tanto como vida livre ou em formação de biofilme dentário, destacando que isolados microbianos não orais apresentam potencial patogênicos ativo e/ou ser participativo no biofilme dentário infeccioso. Palavras-chave: coliformes termotolerantes, bactérias não orais, microbiota transitória, proteinase, fosfolipase, gelatinase , atividade proteolítica Agência de fomento:UFS, CNPq e FAPITEC/SE. |