Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1252-1 | ||||
Resumo:O interesse por materiais e tecnologias microbicidas intensificou-se com a necessidade ocorrida na pandemia causada por SARS-CoV-2. Assim como estudos e discussões se ampliaram sobre máscaras, seus tecidos, formatos, custos, reutilização, etc. Este estudo analisou o potencial bactericida de tecidos impregnados com nanomateriais: óxido de grafeno rico em hidroxila (HGO) e nanofios de prata (AgNW). No primeiro experimento, acompanhamos o crescimento de Escherichia coli nos tecidos impregnados com as seguintes combinações de nanomateriais: HGO 3mg/mL; AgNW 1mg/mL; HGO 3mg/mL + AgNW 1mg/mL. Como controle negativo utilizamos tecidos sem impregnação de nanomateriais: máscara cirúrgica; tricoline lavado. Amostras de todos os tecidos foram cortadas (2cm x 1cm) e autoclavadas pós manuseio. Em seguida, os tecidos receberam aspersão de inóculo de E. coli em uma borrifada de 0,1g de caldo BHI estéril por 1cm² de tecido, e foram colocados sobre meio sólido de Ágar Mueller Hinton em placa de Petri. Por fim, foram incubados em estufa a 36,5ºC por 24h. Passado este período, coletamos os tecidos e os fixamos. Já no segundo experimento, utilizamos E. coli (gram-negativa) e também Staphylococcus aureus (gram-positiva) nos seguintes tratamentos: HGO 3mg/mL; AgNW 1mg/mL; HGO 3mg/mL + AgNW 1mg/mL; óxido de grafeno reduzido rico em hidroxila (HrGO) 0,1mg/mL; HrGO 0,1mg/mL + AgNW 1mg/mL. Inoculamos 1mL de solução salina estéril 0,9% com turvação de 0,5 McFarland oriunda de cada isolado bacteriano em 9mL de caldo BHI estéril. As bactérias foram aspergidas sobre cada tipo de tecido em 5 borrifadas de 0,1g do inóculo por 1cm² de tecido. Os tecidos foram posicionados de maneira que as partes que receberam aspersão ficaram suspensas dentro de placas de Petri tampadas. As amostras foram incubadas em estufa a 36,5°C por 24h. Em seguida, coletamos esses tecidos, os fixamos, e os armazenamos em geladeira. Todo processo de fixação nos experimentos descritos acima foi realizado com PFA 2%. Ambas bactérias estavam previamente congeladas em skin milk 20%, e foram descongeladas, inoculadas em ágar TSA, em seguida incubadas em estufa a 36,5ºC por 24h. Verificado a pureza dos isolados, adicionamos individualmente alíquotas dos isolados bacterianos em tubos com salina estéril a 0,9%, e padronizamos a densidade de inoculação adotando 0,5 McFarland de turvação da solução salina. Também para ambos os experimentos, cada amostra de tecido foi sonicada (1min, 110,7μm) por três vezes, com 1min de intervalo entre cada operação; centrifugadas (5min, 500G); filtradas (0,2 μm); coradas com DAPI. Utilizamos imagens obtidas via microscópio de epifluorescência com câmera para quantificar as bactérias. No primeiro experimento, verificamos o crescimento de E. coli em cada tecido. Encontrando a taxa de crescimento ao longo de 24h, calculando a diferença entre o valor no tempo inicial e final. Nos tecidos impregnados de nanomateriais houve menor crescimento (cerca de dez vezes menor) em relação aos tecidos não impregnados. Do segundo experimento, ao comparar a abundância de bactérias, os resultados mostraram que não houve diferença significativa estatisticamente entre os tecidos analisados. Indicando que os nanomateriais foram eficientes em inibir o crescimento das bactérias, tanto do trato digestivo quanto respiratório analisadas. A combinação de nanofios de prata com óxido de grafeno reduzido, ou não, apresentaram maior eficiência do que quando utilizados individualmente. Palavras-chave: E. coli, S. aureus, nanomateriais Agência de fomento:UFJF |