Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1237-2 | ||||
Resumo:A produção de enzimas do tipo KPC-Klebsiella pneumoniae carbapenemase- é um dos mecanismos de resistência mais disseminados entre Enterobacterales, especialmente em K. pneumoniae em hospitais no Brasil. Na região norte ainda há muitas lacunas sobre a prevalência de carbapenemases em isolados clínicos. Com este trabalho, objetivou-se analisar a frequência da carbapenemase do tipo KPC em isolados de Klebsiella spp. de hospitais públicos e privados da região Norte do Brasil no período antes (2018/2019) e durante a pandemia da COVID-19 (2020/2021). Foram incluídos isolados recebidos no Instituto Evandro Chagas pelo fluxo de Vigilância da resistência antimicrobiana de hospitais dos estados do Pará e Acre, enviados via Lacen. A detecção do gene de resistência blaKPC foi realizada por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), seguido de eletroforese em gel de agarose. No período do estudo foram recebidas 775 isolados de Klebsiella spp. resistentes aos carbapenêmicos de 28 hospitais, sendo 21 do Pará e sete do Acre. Das 775 amostras analisadas, 58% (n=450/775) foram produtoras do gene blaKPC. Estas foram originadas de 15 hospitais da capital do Pará, três hospitais do interior do estado e sete hospitais do Acre. Em decorrência do aumento no volume de amostras recebidas, o ano de 2021 possui, notoriamente, o maior número de detecções para este gene, concentrando 44,4% de todos os isolados positivos (n=200/450) e uma taxa de detecção (amostras positivas para blaKPC ao ano/amostras recebidas ao ano) de 51,6% (n=200/387) neste período. Nos demais anos do estudo, nota-se uma taxa de detecção aparentemente constante, com 63,8% (n=67/105) em 2018, 73,8% (n=107/145) em 2019 e 55% (n=76/138) em 2020. K. pneumoniae foi a espécie de maior frequência observada, correspondendo a mais de 97% (n=440/450), seguida de 2% (n=7/450) de K. aerogenes, 0,4% (n=2/450) de K. oxytoca e 0,2% (n=1/450) de K. ozaenae. Com relação as enfermarias de origem, a UTI adulto destacou-se ao representar 46,9% (n=211/450) dos isolado detectados, seguido de 26% (n=117/450) de clínicas médicas diversas e 4% (18/450) de UTI pediátrica. A amostra clínica de maior frequência entre os isolados foi secreção traqueal, com 27% (n=120/450), seguida de urina 24% (n=106/450) e swab de vigilância 20% (n=89/450). Por fim, as faixas etárias de maior destaque foram idoso (+60) 36,8% (n=166/450), adulto (19-59 anos) 36,2% (n=163/450) e criança (1-12 anos) 9,5% (n=43/450). A pandemia da COVID-19 proporcionou um cenário de desafio no controle da resistência antimicrobiana, com aumento da disseminação de microrganismos multidroga resistentes e seus mecanismos de resistência. Através destas análises, foi possível perceber a constância da disseminação de K. pneumoniae produtor de KPC, sem perspectiva de redução em hospitais no norte do Brasil. Desta forma, nota-se a necessidade do devido monitoramento e vigilância destes microrganismos, sobretudo a K. pneumoniae, patógeno considerado crítico pela Organização Mundial de Saúde. Palavras-chave: Klebsiella pneumoniae, KPC, carbapenemases, COVID-19, região norte Agência de fomento:Instituto Evandro Chagas |