Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1174-1 | ||||
Resumo:Introdução: Macrófagos expressam uma ampla variedade de receptores, incluindo os receptores Toll-Like. Esses receptores estão presentes na superfície celular ou intracelular, e se destacam por seu papel central na ligação a patógenos e iniciação da resposta inflamatória. Diversas moléculas têm sido estudadas com o objetivo de reduzir ou promover uma resposta imune por meio da interação com esses receptors. A migalina é uma acilpoliamina sintética análoga da espermidina, originalmente isolada de hemócitos da aranha Acanthoscurria gomesiana. Essa molécula reduziu a produção in vitro de mediadores pró-inflamatórios em macrófagos ativados por LPS ao interagir com o complexo TLR4/MD2. O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de análise in silico e in vitro a capacidade da Migalina de interagir com o receptor TLR3 e seu papel imunomodulador. Métodos: A análise da interação da Migalina com o complexo TLR 3 foi realizada por docking molecular usando o programa Autodock Vina, e as interações de ligação receptor-ligante foram visualizadas e analisadas usando o software Discovery Studio Visualizer. Para a análise in vitro, macrófagos da linhagem Raw 264.7 foram pré-tratados com Migalina e posteriormente estimulados com agonista TLR 3, Poly I:C (5 µg/mL). As células foram incubadas a 37°C, na presença de 5% de CO2 por 20 horas. LPS (100 ng/mL) foi utilizado como controle positivo para ativação celular. Os sobrenadantes da cultura foram coletados para dosagem de NO pelo método de Griess e TNF-α e IL-6 por ELISA. Aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA nº 7902090421). Resultados: As análises in silico mostraram que a Migalina possui interações com três sítios de TLR3, tendo uma maior afinidade pelo sítio 3, com uma energia livre de interação próxima (-449,21 kJ/mol). É possível que a Migalina interaja nesse sítio e impeça a cooperação ou sinergia entre dois ou mais dímeros de TLR3. As análises in vitro mostraram que o pré-tratamento dos macrófagos com Migalina e posterior ativação com Poly I:C reduziu a produção de NO, independentemente da dose utilizada. O nível de IL-6 e TNF-α também foi reduzido de maneira dose dependente. Conclusão: Os resultados in silico foram correlacionados com os dados obtidos in vitro, mostrando o efeito anti-inflamatório da Migalina. Palavras-chave: Acilpoliamina, Migalina, Resposta inflamatória, Citocinas, Imunomodulação Agência de fomento:Capes nº 88887.497904/2020-00, FAPESP (2020/08182-4) e Fundação Butantan. |