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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1157-1

1157-1

A OCORRÊNCIA DE ANTIMICROBIANOS E BACTÉRIAS RESISTENTES EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO: UMA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO E SEUS DESAFIOS PARA O MEIO AMBIENTE E SAÚDE PÚBLICA.

Autores:
Gabrielly Kubis (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Marcelo Pedrosa Gomes (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Ana Tomaz (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Keite Nogueira (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Raizza Zorman (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Leila Maranho (UFPR - Universidade Federal do Paraná) ; Rafael Kitamura (UFPR - Universidade Federal do Paraná)

Resumo:
O aumento da presença de antimicrobianos e bactérias resistentes em efluentes de esgoto tem levantado sérias preocupações tanto no âmbito ambiental quanto na saúde pública. Com o uso disseminado de antimicrobianos em diversos setores, suas concentrações nos sistemas de esgoto têm se elevado, exercendo pressão seletiva sobre as comunidades microbianas presentes. A resistência bacteriana resultante representa um desafio global para a saúde pública. Nesse contexto, o objetivo primordial deste estudo foi investigar a ocorrência específica de antimicrobianos e identificar bactérias resistentes em amostras de efluente de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), fornecendo informações essenciais para o desenvolvimento de estratégias de tratamento e minimização dos impactos na saúde humana e no meio ambiente. Para alcançar esse objetivo, foram coletadas três amostras de efluentes da ETE Padilha (MUF, SANEPAR, Curitiba-PR) em dias diferentes para análise da presença de bactérias resistentes e antimicrobianos. Os diferentes antimicrobianos foram quantificados e detectados através de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. Para análises microbiológicas, as amostras foram filtradas em membranas de 0.45µm e os filtros incubados em caldo tripticase soja a 35°C por 6 horas e, em seguida, semeadas em duas placas de ágar Macconkey, uma contendo 2µg/mL de cefotaxima e outra contendo 2µg/mL. Após incubação por 24 horas, os isolados bacterianos foram identificados utilizando a técnica de MALDI-TOF e submetidos a testes de sensibilidade aos antimicrobianos, incluindo cefoxitina, amicacina, meropenem, ciprofloxacino, ertapenem, gentamicina, ceftazidima, ceftriaxona, cefepima e amoxicilina/ácido clavulânico, por meio da técnica de disco-difusão. Os resultados revelaram a presença de 120 isolados de quatorze espécies bacterianas diferentes que eram resistentes a pelo menos um dos antimicrobianos testados, incluindo Klebsiella variicola, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Aeromonas veronii, Citrobacter freundii, Aeromonas caviae, Enterobacter cloacae, Raoultella ornithinolytica, Klebsiella aerogenes, Aeromonas hydrophila, Enterobacter bungandensis, Aeromonas modestus, Pseudomonas otitidis e Aeromonas veronii, destacando 27 isolados resistentes a cefepime e 20 isolados resistentes a carbapenemicos. Também foi detectada a presença dos seguintes antimicrobianos: ciprofloxacino, norfloxacino, azitromicina, amoxicilina, meropenem, sulfadiazina, sulfametaxazol e levofloxacino. Essas descobertas destacam a relevância do monitoramento de antimicrobianos e bactérias resistentes em efluentes de esgoto, pois os mesmos podem contaminar os sistemas lóticos, contribuindo para o agravamento do problema da resistência antimicrobianos. Também ressaltamos a necessidade de ações preventivas e políticas de saúde pública para enfrentar esse crescente desafio.

Palavras-chave:
 Resistência bacteriana , Antimicrobianos , Efluentes


Agência de fomento:
UFPR