| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1136-1 | ||||
Resumo:A Baía de Guanabara (BG), RJ, tem suas águas poluídas principalmente devido ao despejo de esgoto não tratado e de resíduos sólidos, como os plásticos. Os contaminantes modulam o microbioma local, selecionando microrganismos capazes de lidar com a pressão seletiva, como os produtores de enzimas e moléculas emulsificantes que facilitam e viabilizam o metabolismo desses poluentes. Com isso, este estudo visa analisar a potencial produção de hidrolases (esterases e lipases) e bioemulsificantes por bactérias associadas a plásticos flutuantes da Enseada de Bom Jesus, BG. Foram realizadas três coletas, sendo selecionadas 11 amostras de plásticos, incluindo polietileno de alta e baixa densidade e polipropileno. Diferentes abordagens de isolamento da plastisfera foram usadas, incluindo o cultivo bacteriano nos meios LB, MacConkey e R2A. A identificação das estirpes foi feita por espectrometria de massas MALDI-TOF. No total, foi possível isolar 247 bactérias e identificar 217 (89%). Foram isolados 18 gêneros distintos, com ênfase para Vibrio (45) e Aeromonas (32). As estirpes foram submetidas à triagem enzimática no meio ágar de Sierra com adição dos substratos Tween 20 (esterase) ou 80 (lipase). A interpretação dos resultados ocorreu pela avaliação de um halo de precipitação ao redor da colônia, após incubação à 27ºC por 48 h. O Índice Enzimático (IE) foi calculado através da razão entre o tamanho (mm) do halo e da colônia, no qual um valor de IE ≥ 2,0 foi indicativo de que a estirpe era potencial produtora da enzima. Do total de 247 estirpes, 75 (30,4%) foram produtoras de esterase, com destaque para uma estirpe de Serratia marcescens (IE = 2,98). Somente as estirpes positivas para esterase foram também avaliadas para a produção de lipase. Assim, dentre as 75 testadas, 13 (17,3%) foram consideradas potenciais produtoras de lipase, com destaque para uma estirpe de Vibrio fluvialis (IE = 2,49). A produção de bioemulsificantes foi investigada dentre as estirpes potenciais produtoras de esterase. Para isso, as bactérias foram cultivadas em meio mínimo ou LB à 27ºC por 48 h. O sobrenadante livre de células de cada cultura foi obtido por centrifugação e óleo mineral foi adicionado (1:1), seguido de agitação vigorosa por 2 min e as misturas foram mantidas em repouso à 25oC por 24 h. O Índice de Emulsificação em 24 h (E24) foi calculado pela razão entre a altura da camada de emulsão e a altura total da solução. Dentre as bactérias cultivadas em meio mínimo, 15 produziram bioemulsificantes, com destaque para uma estirpe de Shewanella baltica (E24 = 57%). Dentre aquelas cultivadas em LB, três estirpes foram consideradas produtoras, com destaque para uma estirpe de Pantoea sp. (E24 = 50%). Logo, as bactérias analisadas foram capazes de produzir esterases, lipases e bioemulsificantes, ressaltando a importância da caracterização guiada por cultura da plastisfera. Assim, a BG além de ser um local de lazer e pesca, também pode ser uma fonte de soluções biotecnológicas para o lixo plástico. Palavras-chave: Baía de Guanabara, Biorremediação, Hidrolases, Plastisfera, Potencial Biotecnológico Agência de fomento:Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo: 306395/2020-7; Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, processos: E-26/200.948/2021, E-26/211.284/2021; Coordenação de Aperfeiçoam | |||||