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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1098-1

1098-1

PRODUÇÃO DE PIGMENTO POR MICRORGANISMO POTENCIALMENTE PRODUTOR ISOLADO DE PAINÉIS SOLARES

Autores:
Juliana Cristina Ramos de Oliveira (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Amanda Stefanie Jabur de Assis (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Tayane de Cássia Dias Mendes Silva (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Iolanda Cristina Silveira Duarte (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)

Resumo:
Pigmentos produzidos por microrganismos apresentam potencial biotecnológico, não apenas para o seu uso industrial, na forma de colorantes na indústria têxtil, cosmética, alimentícia; mas também, pelo seu efeito protetivo frente aos raios ultravioletas (UV), pela sua atividade antioxidante, efeito biossurfactante, atividade anticancerígena e antimicrobiana. Acerca deste último item, de todos os metabólitos secundários com atividade antibiótica, os pigmentos são o grupo menos estudado, porém o surgimento de cepas bacterianas resistentes é um problema recorrente na área da medicina e a pesquisa envolvendo a descoberta de novas substâncias que apresentem atividade antimicrobiana contra cepas resistentes é de grande importância nesse contexto. Como configuração adequada para a produção de pigmentos microbianos estão os ambientes físico e quimicamente extremos. Sendo assim, microrganismos extremófilos encontrados em superfícies expostas ao sol, como painéis solares, podem apresentar potencial biotecnológico interessante devido às suas propriedades de adesão, resistência à radiação e à dessecação. O objetivo deste trabalho foi a produção e extração de pigmentos a partir de uma espécie isolada de painéis solares da cidade de Sorocaba e Itatiba (S.P.), a qual apresentou colônias amareladas em meio sólido. Para a produção, a cepa foi cultivada em 2 meios de culturas sintéticos – Caldo Infusão Cérebro Coração (BHI) e Caldo Nutriente – em temperatura de 30° C e rotação de 160 rpm. A produção de pigmento, biomassa e açúcares redutores foram monitorados diariamente por um período de 7 dias. O pigmento foi extraído com uso de metanol e banho de ultrassom por 10 min à 60° C. O extrato foi filtrado em papel Whatman n°1 e então analisado através da varredura da absorbância na região do comprimento de onda de 200 a 600 nm utilizando o espectrofotômetro de UV-vis. Para se determinar a biomassa seca (g/L), a cultura foi centrifugada a 3600 rpm por 10 min, o sobrenadante foi descartado e as células decantadas foram lavadas com água destilada e centrifugadas novamente. Esse procedimento foi repetido por 3 vezes. O precipitado celular obtido foi seco a 60° C durante 24 h, para posterior pesagem da biomassa. A determinação de açúcares redutores foi realizada pelo método de DNS (ácido dinitrosalicílico). O isolado revelou-se produtor de pigmento, possivelmente do tipo carotenoide, sendo a melhor produção obtida em cultivo com caldo BHI, atingindo pico de 614 mg/L de pigmento em 72 h de cultivo. O crescimento da biomassa apresentou um patamar entre os tempos de 72 a 120 h, sem diferença significativa durante esse período, com consumo de 92,78% de açúcares. O isolado apresentou crescimento satisfatório em condições laboratoriais, apresentando melhor crescimento em meio BHI, com produção máxima de biomassa e pigmento em 72 h de cultivo. Este é o primeiro relato sobre a produção de pigmentos por uma espécie isolada de painéis solares. A partir deste trabalho, outros estudos poderão ser realizados para fins de otimização e exploração do potencial biotecnológico desse metabólito.

Palavras-chave:
 Extremófilos, Painéis solares, Pigmentos microbianos


Agência de fomento:
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior