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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1091-1

1091-1

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS FÚNGICAS DA MATA ATLÂNTICA PRODUTORAS DE L-ASPARAGINASE

Autores:
Pedro Henrique Nascimento Souza (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ; Simone Von Groll (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ; Leticia Claudia da Silva (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ; Marina Kimiko Kadowaki (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ; José Luis da Conceição Silva (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ; Rita de Cássia Garcia Simão (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ; Alexandre Maller (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná)

Resumo:
O reino fungi possui uma grande capacidade de produção enzimática, conseguindo em pouco tempo gerar um alto rendimento deste grupo de macromoléculas. A enzima L-asparaginase é utilizada no tratamento de doenças hematopoiéticas e câncer, principalmente na Leucemia Linfoide Aguda. Atualmente, a L-asparaginase disponível para uso terapêutico é de origem bacteriana, através do cultivo submerso de Escherichia coli ou Erwinia chrysanthemi, o que causa uma série de efeitos adversos, relacionados a hipersensibilidade imunológica. Desse modo, visando a redução de imunogenicidade e custos, esse estudo teve como objetivo identificar linhagens fúngicas produtoras de L-asparaginase em meio de cultivo sólido e líquido. Os fungos foram previamente isolados de um fragmento de mata Atlântica localizada no município de Nova Aurora (PR) e armazenados na coleção de fungos do Laboratório de Bioquímica de Microrganismos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. A triagem da produção de L-asparaginase em meio sólido foi realizada em meio Czapek Dox’s modificado, com pH ajustado para 6,2, adicionado de ágar 2%, asparagina 1% e corante vermelho de fenol 0,0012%, utilizando 8 fungos filamentosos. Inoculou-se os esporos fúngicos no centro da placa invertida, com auxílio de uma alça estéril e incubou-se as placas à 30ºC por 5 dias. O ensaio foi conduzido em triplicata e as medidas dos diâmetros dos halos de crescimento (HC) e halo de hidrólise (HH) foram realizadas com auxílio de paquímetro, após 48, 72, 96 e 120 horas de incubação. Após, o índice enzimático (IE) foi determinado através da fórmula (HH/HC). Para os cultivos em fermentação submersa, inoculou-se 1 mL de solução com 9 x106 mL-1 esporos e incubou-se a 28ºC por 5 dias em Erlenmeyer contendo 25 mL de meio Czapek Dox’s modificado, contendo 2% prolina. Após esse período, os cultivos foram filtrados vácuo em funil de Büchner e papel de filtro Whatman nº 1, obtendo-se um extrato livre de micélio, que foi utilizado para dosagem enzimática com reativo Nessler. Os resultados da triagem enzimática em placa mostraram que 100% dos fungos testados apresentaram halo rosado, indicativo da hidrólise da asparagina. Entre os fungos testados, a linhagem PA2S4MY2 obteve o maior IE em 120h (2,4), seguido pela PA2S4MY em 96h (2,11). Quanto à atividade enzimática em fermentação submersa, observou-se através da retirada de alíquotas a cada 24 horas, a superioridade de atividade enzimática do fungo PA2S1T (13,4 U/mL), seguido por PA2S4MY2 (4,22 U/mL), PA2S1MV (3,31 U/mL), PA3S17MV (2,78 U/mL), PA3S1MM (2,02 U/mL) e PAS7MM (1,79 U/mL) em 120h de cultivo. Os fungos avaliados mostram-se promissores quanto a produção da enzima L-asparaginase e podem ser explorados quanto sua otimização e caracterização bioquímica.

Palavras-chave:
 L-asparaginase, Enzima, Screening, Fungos filamentosos


Agência de fomento:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), CNPq e a Fundação Araucária