| Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1079-1 | ||||
Resumo:Sabe-se que lesões por queimadura induzem uma resposta imune hiperativa aguda seguida por uma resposta crônica, desregulação imunológica que deixa os afetados suscetíveis a múltiplas infecções secundárias. Entre os pátogenos comuns neste tipo de lesão estão Pseudomonas aeruginosa e Sthapylococus aureus, ambos estão envolvidos na formação de biolfilmes que proporcionam pelo menos duas propriedades: a aderência das células a uma superfície e acumulação para formar aglomerados de células multicamadas que dificultam a ação de antibióticos e do sistema imunológico. Neste trabalho relatamos o caso de uma fêmea canina com 21 kg em situação de abandono e vítima de queimaduras de 3º grau na região dorsal encontrada após o trauma, encaminhada para clínica particular. Foram realizados lavagem, desinfecção e debridamento da lesão com coleta de material para antibiograma, o tratamento antibiótico elegido foi cefalexina oral 12/12h, antinflamatórios não esteróides e analgésicos. Durante o tratamento foram realizados 2 a 3 curativos/dia com sulfadiaznia de prata a 1%. Passados 30 dias foi observado discreta melhora clínica, e após, nova coleta para cultura e antibiograma, sendo isolado Sthpaylococus aureus, negativo para Clostridium sp. Assim, novo antibiótico e terapia com clindamicina, material para exame histopatológico foi coletado e evidenciou dermatite profunda piogranulomatosa multifocal a coalescente acentuada e em alguns pontos de dermatite profunda necrossupurativa e piogranulomatosa multifocal, hiperplasia irregular da epiderme e perda de anexos multifocal acentuada. Apesar da sensibilidade da cepa a clindamicina o tratamento evidenciou discreta melhora clínica e suspendido cerca de 21 dias após seu início, novamente realizou-se cultivo positivo e antibiograma detectando Staphylococcus aureus, multi resistente; nova terapia com doxiciclina foi estabelecida e desta vez com melhora clínica e cicatrização parcial da lesão, ao final de 30 dias de tratamento, quadro clínico regular, com padrões hematológicos normais optou-se pela suspensão do tratamento antibiótico no íntuido de promover a regeneração celular e cicatrização de pele, óleo misto ozonizado foi utilizado. Cerca de 10 dias ao final do tratamento foram observados edema subcutâneo, coleções de liquido seromucoso multifocais, dermatite, edema de mamas que evoluíram a dermatite piogranulomatosa necrosante. O resultado de um novo antibiograma determinou resistência inclusive a dioxiciclina, o hemograma apresentou 37.600µl leucócitos e assim, lastimosamente, optou-se pela eutanásia. Acredita-se que biofilmes de S. aureus, tenham-se formado incorporando células bacterianas mantidas protegidas do sistema imunológico e do tratamento com antibióticos, nestes casos a base génetica e molecular de formação do biolfime em estafilococos é multifacetada contribuindo para a ineficiência dos tratamentos utilizados. A complexidade da infecção por estafilococos, base molegular para expressão de genes de resistencia ou genes pleitrópicos, indução de formação de leucocidinas necessitam maior compreensão para mitigar infecções e injúrias de queimaduras. Palavras-chave: queimadura, estafilococos, biofilmes, resisstência | |||||