Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1064-2 | ||||
Resumo:Os biossurfactantes de origem microbiana têm recebido grande atenção devido à sua segurança, propriedades biodegradáveis e baixa toxicidade. Devido a sua estrutura anfipática, são capazes de formar emulsões sendo nesse caso chamados de bioemulsificantes. Diferentes classes de moléculas anfipáticas são biossurfactantes, mas nem todo biossurfactante é considerado um bioemulsificante que têm peso molecular maior. O processo de produção microbiana ainda permanece um desafio devido ao custo. Buscar alternativas que tornem esse processo menos dispendioso tem sido o desafio de muitas pesquisas. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de produção de bioemulficantes por fungo Trichoderma usando um substrato residual, o óleo de soja usado, como fonte de carbono. O microrganismo avaliado neste estudo, foi cultivado (1x108 esporos) em 25mL de solução mineral de Vogel contendo 1% de óleo de soja novo (sem usar) ou óleo se soja usado (de origem doméstica) através de fermentação submersa agitada (120 rpm) a 28oC. Após 7 dias de incubação nas condições do cultivo, a fermentação foi interrompida por filtração à vácuo. A biomassa seca foi determinada por gravimetria e os filtrados (extratos brutos livres de células) foram usados para identificação dos biossurfactantes através do teste do índice de emulsificação e para determinação do pH final dos cultivos. O teste de índice de emulsificação de 24 horas (IE24), foi realizado misturando 2 ml de extrato bruto livre de células a 2 ml de querosene em um tubo de ensaio com tampa rosqueável e homogeneizados em vórtex, na velocidade máxima, por 2 minutos. O IE24 foi obtido por meio da equação IE(%) = (CE/AT)*100, CE = onde camada de emulsão e AT = a altura total. As emulsões formadas no teste do índice de emulsificação ficaram em repouso no laboratório até 33 dias. O fungo produziu bioemulsificante tanto no meio contendo óleo de soja novo, quanto no meio com óleo de soja usado, a biomassa obtida foi 115,9mg e 172,2mg e os valores de pH encontrados foram 6,95 e 7,21, respectivamente. Os cultivos foram feitos em triplicata e os valores do índice de emulsificação encontrados com as amostras dos cultivos com óleo novo foi 74,5% e 74,3% com a amostra de cultivos com óleo usado. Emulsão mais estável foi encontrada com as amostras dos cultivos com óleo novo, mantendo aproximadamente 90% do índice de emulsificação inicial. Diante dos resultados observados neste estudo, pode-se sugerir o reaproveitamento do óleo de soja usado como um substrato barato para reduzir o custo do processo de produção de bioemulsificantes que é de grande importância para setores industriais como o de alimentos e de cosméticos. As etapas futuras deste estudo será a otimização da produção com óleo de soja usado. Palavras-chave: biossurfactantes, Trichoderma, fungo |