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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1048-2

1048-2

DETECÇÃO DOS GENES DE RESISTÊNCIA blaKPC E blaNDM-1 EM BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS ISOLADAS DE PACIENTES COM COVID-19 INTERNADOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO CEARÁ

Autores:
Maria Walcleanes Magalhães de Oliveira (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Carlos Victor Fontenele Pinheiro (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Júlio César Sousa Prado (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Izabelly Linhares Ponte Brito (SCMS - UNINTA CENTRO UNIVERSITÁRIO ) ; Maria Gleiciane de Queiroz Martins (UNINTA - UNINTA CENTRO UNIVERSITÁRIO ) ; Francisco Cesar Barroso Barbosa (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Resumo:
Pacientes internados com Covid-19 podem apresentar coinfecções com outros patógenos, incluindo bactérias gram-negativas multidroga resistentes adquiridas em ambiente hospitalar, podendo aumentar a gravidade, complicações e taxas de morbimortalidade. O gene blaKPC pertencente à classe A de Ambler, codifica à enzima Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) que tem a capacidade de hidrolisar a maioria dos betalactâmicos, principalmente os carbapenêmicos. Já o gene blaNDM-1 pertence à classe B de Ambler codifica a enzima metalobetalactamase “New Delhi” (NDM-1) que confere resistência a quase todos os β-lactâmicos e não é inibida pelos inibidores de betalactamases, e sim por agentes quelantes como EDTA e ácido mercaptopropiônico. A prevalência desses genes aumentou pós pandemia de Covid-19, assim como observou-se um aumento da resistência aos carbapenêmicos, constituindo-se num problema emergente de importância clínica significativa em patógenos associados às infecções nosocomiais, como Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudo¬monas aeruginosa e Stenotro¬phomonas maltophilia. O objetivo desse estudo foi detectar os genes de resistência blaKPC e blaNDM-1 em bacilos gram-negativos (BGN) isolados de pacientes com Covid-19 internados em um hospital terciário da Região Norte do Estado do Ceará. Dados microbiológicos de pacientes com coinfecções bacterianas foram coletados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do referido hospital no período de abril a junho de 2021 e um total de 46 BGN foram isolados. A identificação bacteriana foi realizada pelo sistema automatizado VITEK®2 (bioMérieux) e a análise molecular para detecção dos genes blaKPC e blaNDM-1 foi feita por Reação em Cadeia da Polimerase convencional (PCRc), seguida de corrida eletroforética em gel de agarose. Do total analisado, 18 (39,14%) amostras foram identificadas como K. pneumoniae, 12 (26,08%) como A. baumannii, 12 (26,08%) como P. aeruginosa e 4 (8,70%) como S. maltophilia. O gene blaKPC foi detectado em 77,77% (n=14) dos 18 isolados de K. pneumoniae, em 44,44% (n=8) dos 12 de A. baumannii, assim como em 44,44% (n=8) dos 12 de P. aeruginosa e em 50% (n=2) dos 4 de S. maltophilia. Já o gene blaNDM-1 foi detectado em 16,66% dos espécimes tanto de K. pneumoniae como de P. aeruginosa e S. maltophilia. Não tendo sido detectado em A. baumannii. Os genes blaKPC e blaNDM-1 foram encontrados em 5 isolados, simultaneamente, sendo 3 de K. pneumoniae e 2 de P. aeruginosa. Portanto, os resultados demonstraram que K. pneumoniae foi o microrganismo mais frequentemente isolado entre os BGN oriundos de pacientes com Covid-19 e coinfecção bacteriana no referido hospital e dentre os genes que codificam ESBLs analisados neste estudo, o blaKPC foi o mais prevalente, sugerindo que esses microrganismos têm a capacidade de desenvolver fenótipos de resistência a beta-lactâmicos. Assim sendo, essas informações poderão contribuir para o conhecimento da epidemiologia local e para o controle da disseminação desses patógenos implicando diretamente nos eixos de Segurança do Paciente e melhora na qualidade da assistência prestada.

Palavras-chave:
 Coinfecção bacteriana, COVID-19, IRAS, Gene bla-KPC, Gene bla-NDM-1


Agência de fomento:
Universidade Federal do Ceará, Campus SOBRAL - CE