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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1048-1

1048-1

PREVALÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA DE BACILOS GRAM-NEGATIVOS ISOLADOS DE PACIENTES COM COVID-19 ASSISTIDOS NUM HOSPITAL TERCIÁRIO DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ

Autores:
Maria Walcleanes Magalhães de Oliveira (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Carlos Victor Fontenele Pinheiro (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Rafaela Linhares Ponte Brito (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Martinair Santana da Silva (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Maria Gleiciane de Queiroz Martins (UNINTA - UNINTA CENTRO UNIVERSITÁRIO ) ; Francisco Cesar Barroso Barbosa (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Resumo:
Pacientes com Covid-19 correm risco de ter infecções bacterianas concomitantes, principalmente se hospitalizados e a administração imediata de antibióticos é essencial para reduzir a gravidade. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e o perfil de sensibilidade antimicrobiana de bacilos gram-negativos (BGN) isolados de pacientes com Covid-19 assistidos num hospital terciário da Região Norte do Ceará. Dados microbiológicos de pacientes com coinfecções bacterianas foram coletados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do referido hospital no período de abril a junho de 2021. A identificação e o teste de suscetibilidade antimicrobiana das amostras foram realizados pelo Sistema automatizado VITEK®2 (bioMérieux). Um total de 66 BGN foram identificados, sendo 20 (30,3%) de Acinetobacter baumannii, 18 (27,2%) de Klebsiella pneumoniae, 10 (15,3%) de Pseudomonas aeruginosa, 9 (13,6%) de Stenotrophomonas maltophilia, 5 (7,6%) de Proteus mirabilis, 3 (4,5%) de Escherichia coli e 1 (1,5%) de Salmonella enterica. Os resultados demonstraram que A. baumannii foi o microrganismo prevalente entre os BGN. Quanto ao perfil de sensibilidade antimicrobiana, todos os espécimes desse patógeno foram resistentes ao Imipenem, 85% à Tigeciclina e Piperacilina/tazobactam e 75% à Colistina. Todavia, 80% deles foram sensíveis ao Aztreonam. Além disso, 81,61% dos isolados de K. pneumoniae foram resistentes à Ceftazidima e ao Meropenem e 74,92% à Ceftriaxona e à Colistina. 90% dos isolados de P. aeruginosa foram resistentes ao Imipinem, Piperaciclina/tazobactam, Colistina e sensíveis ao Aztreonam. 33,33% dos isolados de S. maltophilia foram resistentes à Tobramicina. Os três espécimes de E. coli apresentaram resistência a Ceftolozane/Tazobactam, Ceftriaxona, Ceftazidima, Aztreonam e Trimetoprim/Sulfametoxazol, e sensibilidade aos demais antimicrobianos analisados. Adicionalmente, todos os isolados de P. mirabilis foram resistentes ao Aztreonam e o isolado de S. enterica foi sensível a todos os antibacterianos testados. Portanto, o estudo sugere que pacientes internados com COVID-19 podem adquirir coinfecções por bactérias multidroga resistentes altamente disseminadas em ambientes hospitalares podendo levar a um pior desfecho clínico nesses indivíduos. Dessa forma, esses dados poderão ser úteis para a geração de informações importantes no controle da disseminação desses patógenos, implicando diretamente nos eixos de segurança do paciente e melhorando a qualidade da assistência.

Palavras-chave:
 Coinfecção bacteriana, COVID-19, IRAS, Resistência antimicrobiana


Agência de fomento:
Universidade Federal do Ceará, Campus SOBRAL - CE