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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1046-1

1046-1

Nanopartículas de prata são eficazes contra células planctônicas e sésseis de Sporothrix brasiliensis

Autores:
Jhon Jhamilton Artunduaga Bonilla (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Anna Letícia Nunes E Silva (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Leonardo Nimrichter (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo:
A esporotricose é uma infecção subcutânea causada pelo gênero Sporothrix. A infecção resulta da inoculação traumática de fragmentos filamentosos de fontes ambientais. No entanto, um número crescente de casos de esporotricose humana tem sido associado à transmissão zoonótica, principalmente de cães e gatos infectados. Recentemente, foram descritos Sporothrix spp. resistentes ao itraconazol, bem como vários casos de falha terapêutica em humanos e gatos. Assim, é necessário encontrar novas alternativas para o tratamento da esporotricose. Uma alternativa interessante é a utilização de nanoparticulas de prata (AgNPs), materiais na escala de tamanho entre 1-100 nm que estão sendo utilizados como catalisadores, na área cosmética, nos dispositivos eletrônicos e na medicina como agentes antimicrobianos. Neste estudo, investigamos a atividade antifúngica in vitro e ex vivo de AgNPs contra Sporothrix brasiliensis. As nanoparticulas foram sintetizadas por redução química com cisteína e caracterizadas na sua morfologia, tamanho e carga superficial por Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM) e Potencial Zeta. As AgNPs apresentaram morfologia esférica e tamanho médio de 11,2 ± 2,2 nm com carga superficial neta positiva de +4,5 ± 2,1 mV. A atividade antifúngica in vitro foi avaliada por micro-diluição em caldo de acordo com o documento M27-A3 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). O composto de prata foi fungicida na concentração de 0,5 µg/mL, concentração na qual o itraconazol, droga de primeira escolha para esporotricose, só mostrou efeito fungistático. In vitro, usando o checkerboard test, não foi encontrado sinergismo entre AgNPs e itraconazol. Adicionalmente, reconhecendo o papel crucial do biofilme como fator de virulência em infecções fúngicas e sua relevância na transmissão de doenças de gatos para humanos através de arranhões, realizamos um teste para examinar o impacto das AgNPs (10 µg/mL) no biofilme formado por Sporothrix brasiliensis na garra de gato. Itraconazol (10 µg/mL) e RPMI 1640 foram testados como controles. O efeito antifúngico foi visualizado mediante microscopia eletrônica de varredura (MEV) e quantificado por CFU/g de garra. O biofilme tratado com o composto de prata exibiu redução substancial no crescimento fúngico e observou-se diminuição significativa na carga fúngica quando comparado com o CFU do biofilme controle e do tratado com o antifúngico convencional. Nossos resultados sugerem que as AgNPs podem ser uma alternativa promissora no combate à esporotricose. Agências de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisador do Estado do Rio de Janeiro, (FAPERJ, Processo SEI E-26/204.281/2021).

Palavras-chave:
 Nanopartículas de prata , Antifúngicos, Sporothrix, Biofilmes


Agência de fomento:
Fundação de Amparo à Pesquisador do Estado do Rio de Janeiro, (FAPERJ, Processo SEI E-26/204.281/2021).