Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1041-1 | ||||
Resumo:Biossurfactantes e bioemulsificantes podem ser utilizados, por exemplo, na formulação de
detergentes, cosméticos e herbicidas, sendo uma alternativa menos danosa para o meio
ambiente do que os surfactantes químicos comumente utilizados. Muitos microrganismos
possuem a capacidade de produzir biossurfactantes e/ou bioemulsificantes. Entretanto, a
produção de biossurfactante é, ainda, considerada onerosa para a produção em larga escala.
Planejamento de experimentos é uma técnica que favorece a otimização de tempo, recursos e
custos em diversos processos industriais, permitindo a identificação dos fatores de maior impacto
para maximizar a produtividade e qualidade do processo. Sabendo disso, este projeto tem por
objetivo determinar as melhores condições para a produção de biossurfactantes e
bioemulsificantes bacterianos, através do uso de técnicas de planejamento experimental. Para
atingir este objetivo, foi analisada a produção de biossurfactantes e/ou bioemulsificantes por
Psychrobacillus sp. MS1 6.1, Paenibacillus sp. TR1 3.1 e Paenibacillus sp. TR3 4.1. Inicialmente,
foram realizados ensaios univariáveis, de forma a determinar as melhores faixas das variáveis a
serem estudadas no planejamento experimental. Nesta etapa, foram analisadas as variações
dos seguintes parâmetros na produção de biossurfactante e/ou bioemulsificante: (i) pH (5,9 e 7),
(ii) salinidade (2%,4% e 3%) e (iii) temperatura (30°C, 34°C e 26°C). Assim, a produção nas
diferentes condições testadas foi avaliada por testes de emulsificação e da redução da tensão
superficial através do teste da gota pendente (goniômetro). Para realização destes testes, foi
obtido o sobrenadante produzido pelo crescimento bacteriano em cada combinação das
condições estipuladas. Primeiramente, os resultados mostraram que a produção de
biossurfactante e/ou bioemulsificante pelas estirpes testadas é dependente da temperatura de
crescimento. Por exemplo, em temperaturas menores que 30 ̊C não foi observada a produção
dessas moléculas por nenhuma das espécies testadas. Adicionalmente, em meio com pH 5 e
com 4% de salinidade, nenhuma das bactérias testadas foi capaz de produzir biossurfactante
e/ou bioemulsificantes. Para Psychrobacillus sp. MS1 6.1, as maiores camadas de emulsificação
(maiores que 60%) foram observadas nas condições de pH 7, 3% de salinidade e 30°C; e pH 5,
2% de salinidade e 34°C. A emulsificação proveniente de sobrenadantes de Paenibacillus sp.
apresentaram seus melhores resultados sob as condições de: pH 9, 2% de salinidade e 34°C
(Paenibacillus sp. TR3 4.1), pH 5, 2% de salinidade e 34°C (Paenibacillus sp. MS1 6.1) e pH 5,
2% de salinidade e 34°C (Paenibacillus sp. TR1 3. 1). A avaliação da redução da tensão
superficial mostrou que, para Paenibacillus sp. TR3 4.1 a tensão superficial foi reduzida em 27,66
mN/m sob as condições de (i) pH 7, 3% de salinidade e 30°C e (ii) em pH 9, 2% de salinidade e
34°C. Posteriormente, serão realizados testes de cromatografia em camada fina e
espectrometria de massas para a caracterização dos biossurfactantes e/ou bioemulsificantes
produzidos por Psychrobacillus e Paenibacillus. Os resultados obtidos serão então utilizados
para otimizar, por meio de técnicas de planejamento estatístico de experimentos, a produção de
biossurfactantes e bioemulsificantes por espécies Psychrobacillus e Paenibacillus, contribuindo
para a aplicação biotecnológica desses microrganismos. Palavras-chave: Bioemulsificante , Biosurfactantes , Otimização , Planejamento experimental, Potencial biotecnologico Agência de fomento:Conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico. |