Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023

Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023

Resumo: 1013-2

1013-2

ARQUEIAS METANOGÊNICAS E GASES DE EFEITO ESTUFA EM UM SISTEMA COMPOST BARN

Autores:

Amanda Meirelles de Sá Janiques (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Mariana de Andrade Faustino (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Anderson Machado de Melo Júnior (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Giovana Machado Cardoso (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Julliane Dutra Medeiros (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Nathan Oliveira Barros (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Marcelo Henrique Otênio (EMBRAPA JF - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Bruno Carvalho (EMBRAPA JF - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Cássio Magno Araújo de Souza (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Daniel Benício de Freitas Silva (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Dionéia Evangelista Cesar (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)

Resumo:

Atualmente a pecuária ruminante, no Brasil, tem se apresentado como uma das principais fontes de emissão de metano (CH4) entre as atividades agropecuárias. O Compost Barn (CB) surgiu com a proposta de proporcionar maior bem-estar aos animais, favorecendo a produtividade com menores danos. Beneficiado pelo processo de compostagem, fatores como temperatura, umidade e aeração devem ser controlados de forma a garantir a ação dos microrganismos na decomposição da matéria orgânica. Através do processo de metanogênese, microrganismos anaeróbios agem na liberação de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), as arqueias metanogênicas se destacam nesse papel. Diante disto, o presente estudo teve por objetivo analisar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) influenciada pelas arqueias metanogênicas, antes e após o processo de aeração. Amostras foram coletadas do composto da Fazenda Experimental da Embrapa Gado de Leite em Coronel Pacheco/MG antes (n=8) e após (n=8) o revolvimento pelo trator (aeração) para a análise microbiológica. As amostras foram tratadas e processadas seguindo protocolos previamente selecionados, sendo elas pesadas (0.5g), fixadas (PFA 2%), sonicadas (110 Hz por 1 min − 3x), centrifugadas (500 G por 5 min − 3x), filtradas (0.2 μm) e por fim, foram submetidas à técnica de hibridização in situ fluorescente (FISH). Optamos por quantificar grupos específicos de arqueias metanogênicas com o uso de duas sondas comerciais (MB311 e MSMX860), além de um controle negativo, sem especificidade para grupo bacteriano. Já a quantificação de procariotos totais (bactérias e arqueias) foi realizada através de DAPI (4’,6-diamidino-2-fenilindol). Os gases (CH4 e CO2) foram medidos e analisados através do equipamento Los Gatos Research 915−0011. A partir de 3 linhas traçadas de forma imaginária no sistema e 4 lotes previamente divididos, 4 rodadas de medições foram realizadas, sendo 2 delas antes do revolvimento (n=24) e 2 após (n=24). A média de arqueias identificadas pela sonda MSMX860 (maioria das espécies da ordem Methanosarcinales) antes do revolvimento foi de 1.3 ± 2.2 e depois de 5.6 ± 5.3; das arqueias identificadas pela sonda MB311 (Methanobacteriales) antes foi de 0.9 ± 1.2 e depois 6.4 ± 2.3. Houve uma grande variação nas medidas de gases antes e após a aeração, não apresentando diferenças significativas. Arqueias metanogênicas presentes no sistema variaram em número com a aeração, mas os dados ainda são insuficientes para comprovar modificação na sua atividade.

Palavras-chave:

GEE, Metanogênese, Compostagem, FISH

Agência de fomento:

Embrapa Gado de Leite; Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza/UFJF.