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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1011-1

1011-1

Desmistificando o uso da água magnetizada como terapia alternativa no controle do biofilme oral

Autores:
Ana Paula Macedo (FORP/USP - Universidade de São Paulo) ; Maria da Gloria Chairello de Mattos (FORP/USP - Universidade de São Paulo) ; Viviane de Cássia Oliveira (FORP/USP - Universidade de São Paulo) ; Rossana Pereira de Almeida (FORP/USP - Universidade de São Paulo)

Resumo:
Os bioefeitos dos campos magnéticos são conhecidos há séculos. Ímãs foram utilizados na cicatrização de feridas e alguns outros tecidos moles e no tratamento de doenças inflamatórias, mesmo no século XVIII. Mais recentemente, a radiação electromagnética (frequências baixas de Hz a kHZ) foi aplicada com sucesso na cicatrização óssea e no tratamento da osteoporose. Vários estudos têm demonstrado muitas diferenças microscópicas e macroscópicas entre a água magnetizada e a água normal, que incluem a tensão superficial, ângulo de contato, viscosidade, condutividade elétrica, pH. A água é o "receptor" primário dos efeitos dos campos magnéticos em células. Visto que a água magnetizada tem sido utilizada como uma terapia alternativa para melhora da condição geral de saúde, o objetivo deste trabalho foi avaliar, por meio de estudo laboratorial, a ação da água mineral sem gás, magnetizada, quanto à ação antimicrobiana frente a micro-organismos específicos da microbiota oral. A partir de matrizes circulares em teflon (10 x 3 mm), foram confeccionados 40 corpos de prova da ligas de NiCrTi e NiCr. Os quais foram esterilizados em autoclave e contaminados com cepas de Staphylococcus aureus e Streptococcus mutans. A higienização (20 minutos) foi realizada conforme a seguinte distribuição: Grupo 1: NiCrTi (n=20): Imersão em água mineral; Grupo 2: NiCrTi (n=20): Imersão em água mineral magnetizada; Grupo 3: NiCr (n=20): Imersão em água mineral; Grupo 4: NiCr (n= 20): Imersão em água mineral magnetizada. A viabilidade dos microorganismos foi avaliada por meio da contagem de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) em meios de cultura apropriados. Os dados obtidos foram transformados de acordo com a fórmula log10 (UFC+1) e analisados estatisticamente por meio da Análise de Variância (α=0,05). Os resultados mostraram que há diferença estatisticamente significante para o crescimento de S. mutans em ligas de NiCr, sendo em maior quantidade em água magnetizada enquanto que não houve diferença estatística para a liga de NiCrTi tanto após imersão em água mineral quanto em água magnetizada. Não houve diferença estatisticamente significante no crescimento de S. aureus para os fatores ligas, águas, bem como a interação deles. Nossos resultados demonstraram in vitro que o crescimento de S. mutans foi maior em ligas de NiCr quando submersas em água mineral, sem gás, magnetizada. Sendo assim, é imperativo que os profissionais que atuam no tratamento de pacientes com terapias alternativas que ao prescrever o uso de água magnetizada recomende aos indivíduos portadores de reabilitações orais, com ligas de NiCr tenham cuidados redobrados na higiene oral.

Palavras-chave:
 Biofilmes, Magnetoterapia, Ação Antimicrobiana, Ligas Metálicas, Implantes dentários