Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1009-2 | ||||
Resumo:O uso da irradiação ultravioleta C (UV-C) constitui técnica promissora para descontaminação hospitalar, por possuir propriedades germicidas já descritas na literatura. Em um cenário onde a segurança e a redução de infecções relacionadas à assistência a saúde são prioridades, essa abordagem oferece grande potencial para elevar os padrões de higiene e proteger pacientes e profissionais de saúde. Com isso, o objetivo deste trabalho foi verificar a validação e calibração do protótipo de Esterilizador por Luz Ultravioleta desenvolvido pela empresa SIMEX, com apoio da FINEP, a fim de garantir irradiação mínima e eficácia do aparelho. O maquinário conta com 6 gavetas, cada uma equipada com 16 lâmpadas germicidas e sensores internos de temperatura, luz irradiada e umidade, sendo estipulada potência mínima de germicidade 6 µW/cm² de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Para realizar a validação da calibração, em cada gaveta, foram definidos 11 pontos aleatórios estratégicos para acoplamento de sensores externos. Igualmente, conduzimos testes in vitro utilizando 4 estirpes multidrogas resistentes, amplamente associadas à alta taxa de colonização em pacientes internados: Enterococcus resistente a vancomicina, Staphylococcus aureus resistente a meticilina, Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase e Escherichia coli produtora de betalactamase de espectro estendido. O primeiro teste de calibração apresentou uma alta discrepância de temperatura e potência aferida dos sensores internos em relação aos externos, vazamento de radiação UV-C pelas gavetas e falhas no software do aparelho. Já no segundo teste utilizando somente sensores externos, verificou-se uma queda da irradiação UV-C com o tempo de exposição e falta de uniformidade, além da potência abaixo de 6 µW/cm² em diferentes áreas da gaveta. Os testes in vitro mostraram que o protótipo fornece doses suficientes de irradiação UV-C, que garantem a danificação do ácido nucleico e mecanismos de reparo do DNA dos microrganismos testados nos primeiros 5 minutos de exposição. Outrossim, verificou-se que o aparelho é eficaz e seguro somente nos primeiros 15 minutos de acionamento, não garantindo irradiação mínima de descontaminação necessárias em todos os pontos a depender diretamente do tempo de exposição. Nesse sentido, diante das limitações identificadas, faz-se necessária a realização de um teste adicional in vitro em cada um dos 11 pontos selecionados. A partir desses dados, será possível propor adequações no aparelho, aprimorando sua eficiência e segurança para a desinfecção hospitalar. Nas condições testadas, o protótipo de Esterilizador por Luz Ultravioleta parece eficaz e seguro somente nos primeiros 15 minutos de acionamento, não sendo possível garantir irradiação mínima de descontaminação necessárias em todos os pontos a depender diretamente do tempo de exposição, sendo necessário adequações no aparelho. Palavras-chave: Irradiação ultravioleta C, Descontaminação hospitalar, Esterilizador por Luz Ultravioleta, Eficácia |