Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 994-1

994-1

LIPASE DE Burkholderia lata LBBIO-BL02 NA BIORREMEDIAÇÃO DE ÓLEO DE FRITURA: CARACTERIZAÇÃO DE HIDRÓLISE ENZIMÁTICA

Autores:
Raquel Marques Santana (UNESP - FCL.ASSIS - Faculdade de Ciências e Letras - Câmpus de Assis, PROPE - Pró- Reitoria de Pesquisa) ; Valéria Marta Gomes do Nascimento (UNESP - FCL.ASSIS - Faculdade de Ciências e Letras - Câmpus de Assis, PROPE - Pró- Reitoria de Pesquisa)

Resumo:
O óleo vegetal alimentício, devido às alterações físico-químicas que ocorrem durante o processo de aquecimento, torna-se resíduo poluente. Uma das soluções para o problema é a sua reutilização para a obtenção de subprodutos de maior valor agregado, como a separação dos ácidos graxos livres (AGL). O AGL pode servir como fonte de matéria-prima barata e sustentável para diversos fins, como aplicação na indústria de ração animal, solventes verdes, produtos fermentativos, graxas, biolubrificantes e biodiesel. Devido à sua alta e incomum atividade hidrolítica, a lipase de B. lata BL-02 torna-se uma candidata promissora para o desenvolvimento de bioprocesso para hidrólise enzimática total do óleo residual alimentício visando a geração de AGL. Para isso, é necessário determinar como as variações de composição química dos óleos afetam a atividade enzimática, bem como as condições mais adequadas para a hidrólise, incluindo a possível interferência dos produtos de rancificação sobre a atividade da enzima. O objetivo deste trabalho é a utilização da lipase produzida pela bactéria B. lata (LBBIO-BL02) para a hidrólise enzimática de óleos residuais e obtenção de ácidos graxos livres de alto valor agregado. Para o desenvolvimento deste bioprocesso, a enzima foi obtida pelo cultivo da bactéria em condições já estabelecidas pelo grupo de pesquisa e utilizando óleo de descarte de frigorífico como indutor e fonte de carbono. Após o cultivo, as células foram separadas por centrifugação e o extrato bruto foi utilizado para os ensaios de hidrólise enzimática. Óleos vegetais residuais alimentícios de diferentes origens (residências e restaurantes) foram coletados, codificados (nº LBBIO) e caracterizados em relação ao índice de acidez e índice de iodo utilizando o manual do Adolfo Lutz e quantificação dos AGL pelo método de Lowry Tinsley. Foram analisadas 10 amostras de óleos residuais e 4 foram selecionadas para iniciar os ensaios de hidrólise enzimática. Os ensaios de hidrólise enzimática em meio não emulsionado com a aplicação da enzima produzida por B.lata foram realizados em reator de alumínio em banho maria sob agitação de 200 rpm por 30 minutos a 55°C. A caracterização química das amostras de óleos residuais comprovou a degradação por oxidação hidrolítica e oxidativa, devido ao aumento da acidez e concentração de AGL em relação ao controle, bem como diminuição das insaturações (redução do índice de iodo). Quando as amostras de óleo e o óleo controle foram submetidos a hidrólise enzimática, obteve-se valor de índice de acidez semelhante em todas as amostras, com média de 1,6 ± 0,19. Esse resultado indica que a enzima atuou tanto sobre os óleos degradados quanto sobre o óleo sem degradação. Por outro lado, calculando-se a relação IA após hidrólise/IA anterior a hidrólise verifica-se diferença na ação da enzima nas diferentes amostras, provavelmente devido a interferência de outros componentes. A caracterização química de outros fatores poderão auxiliar no entendimento da catálise enzimática e padronização do bioprocesso. Os dos dados permitem concluir que a lipase de B. lata LBBIO BL 02 atua sobre óleos oxidados, sendo promissora para desenvolvimento de bioprocesso para geração de AGL a partir de óleos vegetais residuais.

Palavras-chave:
 Triglicerídeos (TAG), Hidrolases, Bioprocessos, Poluente ambiental


Agência de fomento:
UNESP/Pró-reitoria de Pesquisa (PROPE), Aluno ICSB- (Programa Iniciação Científica sem Bolsa).